Barack Obama está em visita oficial a Cuba, sendo o primeiro presidente americano a fazer isso em 88 anos. Ele vai ficar até quarta-feira na ilha dos Castro.
Na certa está vendo o estado de penúria em que está a propalada ilha do socialismo, devido ao embargo econômico e principalmente ao descalabro na gestão local. Cuba se orgulha de ter um sistema de saúde robusto e política para o esporte eficiente, mas todo o resto é terrível: miséria, baixo poder aquisitivo, falta de liberdade, infra-estrutura precária.
Na sua agenda, consta cobranças para Raul Castro, o comandante e irmão de Fidel, fazer uma transição democrática, soltar os presos políticos e respeitar os direitos humanos. Tentará explicar que o embargo econômico não se decide apenas pela vontade do Executivo, como Cuba e outros países latino-americanos estão acostumados a fazer, mas mediante votações no Legislativo. Outra questão espinhosa é o complexo naval de Guantánamo, onde está a famosa prisão para acusados de terrorismo, que o presidente americano prometeu fechar mas sem data certa para isso.
Obama visitou o túmulo do herói nacional da independência de Cuba, José Martí, este também notável pela sua poesia fortemente anti-americana. Cuba era uma colônia da Espanha, e durante o período da luta pela independência, pela qual Martí deu sua vida, os americanos intervieram diretamente, tentando fazer de Cuba um protetorado. Foi nesta época, em 1898, que foi instalada a famigerada base militar lá em Guantánamo.
A intromissão na soberania cubana era frequente, ao mesmo tempo que a ilha procurou concentrar sua economia no turismo, com muitos cassinos e casas de shows (e também outros entretenimentos, como a prostituição), para atrair americanos e europeus, ao lado da agricultura (a ilha era dominada pelas plantations, cultivando produtos de exportação enquanto a maior parte do povo mal conseguia se alimentar direito). Para os cubanos, sobrava a tirania. Após a Revolução Cubana, a tutela americana foi aos poucos substituída pela soviética, e o governo corrupto e discricionário de Fulgêncio Batista deu lugar à mão-de-ferro de Fidel Castro.
A intromissão na soberania cubana era frequente, ao mesmo tempo que a ilha procurou concentrar sua economia no turismo, com muitos cassinos e casas de shows (e também outros entretenimentos, como a prostituição), para atrair americanos e europeus, ao lado da agricultura (a ilha era dominada pelas plantations, cultivando produtos de exportação enquanto a maior parte do povo mal conseguia se alimentar direito). Para os cubanos, sobrava a tirania. Após a Revolução Cubana, a tutela americana foi aos poucos substituída pela soviética, e o governo corrupto e discricionário de Fulgêncio Batista deu lugar à mão-de-ferro de Fidel Castro.
Em Miami, onde se concentra boa parte dos exilados políticos, dada a proximidade desta cidade com a ilha (140 km de mar), alguns deles criticaram o presidente, chamando-o de comunista. Outros presidentes também visitaram países comunistas (Nixon na China e Reagan na antiga União Soviética), mas nenhum deles foi chamado assim, mesmo porque os EUA não fizeram embargo econômico nesses países e os presidentes em questão eram ferrenhamente contrários a essa ideologia, como republicanos que eram.
Difícil prever se essa visita irá representar algum progresso concreto, a curto prazo, na situação política da ilha antilhana ou no fim do embargo econômico, que só agrava a penúria do povo cubano e atrapalha oportunidades de negócios. Esta visita, porém, pode eliminar um dos ranços da antiga Guerra Fria.
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