segunda-feira, 28 de março de 2016

Páscoa da crise

Desde 2007 as vendas de Páscoa não eram tão fracas. A queda no poder aquisitivo e o aumento generalizado no preço dos produtos vinculados à data, particularmente o chocolate, afugentaram os consumidores. 

As vendas caíram 9,6% em relação a 2015, que não foi um ano excepcional. Muitos deixaram de comprar os caríssimos ovos de Páscoa e quem não dispensa o chocolate nesta época do ano comprou barras e bombons. Alguns foram comprar matérias-primas para fazerem ovos caseiros, um recurso já clássico.

Não há esperança de que isso melhore a curto prazo. O Brasil ainda vai passar por um período de turbulências até conseguir se estabilizar e colocar a economia para crescer de novo, enquanto existe a possibilidade de haver escassez de chocolate no mercado, devido ao aumento do consumo e da estagnação na produção. Além disso o derivado do cacau será ainda mais sobretaxado, a partir de maio, tendo uma incidência de 5% sobre o preço de venda.

Ou seja, é bom repensar mesmo o significado da Páscoa, atualmente reduzida a uma data comercial potencialmente perigosa ao orçamento e à saúde, principalmente quando se compra (e come) muito ovo de Páscoa.



N. do A.: Não bastasse a Páscoa amarga do Brasil, ainda um atentado terrorista no Paquistão tornou a data ainda mais deprimente. Dezenas de cristãos foram mortos em uma igreja de Lahore, por membros do Talibã, a milícia controlada pela al-Qaeda quando Osama bin Laden estava vivo. Os sobreviventes não podem contar com proteção policial, pois aquela nação asiática, como boa parte dos países muçulmanos, marginaliza os cristãos (quando há liberdade de culto) ou simplesmente os proíbe de manifestar suas crenças, sendo considerados mais criminosos do que os terroristas. As manifestações de ódio não respeitam nem uma data que lembra a ressurreição de Jesus Cristo, que sempre deplorou a intolerância e exaltou a paz. 

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