Mais um dia cheio para a PF

Hoje de manhã a Polícia Federal, até que enfim, prendeu Carlinhos Cachoeira, famoso na Máfia dos Bingos, investigada em 2006. Suspeita-se da participação do bicheiro em um esquema que desviou e "lavou" R$ 370 milhões dos cofres públicos. Os empresários Adir Assad e Marcelo José Abbud também foram presos, assim como um dos diretores da empreiteira Delta, Cláudio Abreu. O dono da empresa, supostamente envolvida na criação de empresas fantasmas que contribuíram para tungar o dinheiro arrecadado pelos impostos, está foragido: Fernando Cavendish é procurado dentro e fora do país. Um cofre do empresário foi apreendido.

Nesta semana, a Polícia não teve sossego: precisou investigar o Petrolão,  criar a Operação Boca Livre para apurar os desvios da Lei Rouanet - cuja verba foi usada até para financiar um casamento - e prendeu Paulo Bernardo, ex-tesoureiro do PT, acusado de lesar funcionários públicos, mas precisou soltá-lo por ordem do ministro Dias Toffoli, do STF, sempre visto com desconfiança por setores anti-PT por ser ex-advogado do partido antes de ser nomeado por Lula.

Enquanto isso, há muito para ser feito e investigado. Há muito mais gente envolvida na grande sangria que arruinou o nosso país. Talvez o serviço se estenda pelos próximos anos, enquanto a opinião pública e a mídia continuarão com o duro dever de continuarem atuantes, prevenindo o Brasil de novas tentativas de assalto ao NOSSO DINHEIRO.

Quatro notícias eméticas

São coisas que eu não gostaria de escrever, depois de uma postagem com rara boa notícia. Infelizmente, para cada motivo de alegrias, existem vários motivos de tristeza, de acordo com o que se encontra na mídia. 

1. O atentado em Istambul, na Turquia cometido ontem, resultando em 41 mortos e mais de 200 feridos. Este ato horrível parece ter a assinatura do Daesh, o tal "Estado Islâmico", para supostamente retaliar os acordos do governo turco para normalizar relações diplomáticas com os russos, considerados inimigos do Daesh (e, por outro lado, aliados do carniceiro Bashar al-Assad), e com os israelenses, o "inimigo sionista" segundo todos os radicais muçulmanos. E os organizadores da Rio-16 precisam "colocar as barbas de molho", porque o risco de um ataque dessa organização inimiga do gênero humano é grande. 

2. Por falar em Rio-16, encontraram um corpo esquartejado numa das quadras usadas para os jogos de vôlei, em Copacabana. Este também é um hediondo ato terrorista, mas nada tem a ver com o Daesh, e sim com a criminalidade. Os responsáveis por essa abominação precisam ser severamente punidos de acordo com a lei. 

3. Ainda por aqui, soltaram o Paulo Bernardo, por ordem do ministro Dias Toffoli, do STF. A defesa alegou "constrangimento ilegal", e também pesou o fato do ex-ministro do Planejamento, investigado pela Lava Jato por acusações de participar da maior rapinagem já feita no Brasil (mais precisamente cobranças indevidas nos empréstimos consignados de funcionários públicos), ser preso em casa, e a mulher é a senadora Gleise Hoffmann, que detém o famigerado "foro privilegiado", concedido aos parlamentares. Esta decisão frustrou os procuradores - e a todos os defensores do império da lei no Brasil. 

4. Bem mais amena do que as anteriores é a notícia da morte de uma ex-Miss Brasil, Fabiana Niclotti. Ela ganhou o prêmio em 2004, mas nos últimos tempos sofria de depressão, e foi encontrada morta em sua casa, na cidade gaúcha de Gramado. Suspeita-se que ela teria cometido suicídio, ingerindo substância tóxica. Estava escrito que a notícia era bem mais amena do que as outras? Pois é...

AES Eletropaulo vai diminuir o preço da energia

Este blog não pode ser acusado de só divulgar más notícias. Então lá vai uma boa. 

Devido à diminuição dos custos com a produção de energia e menor dependência das termoelétricas, a AES Eletropaulo irá diminuir em 7,3% a conta de luz para os consumidores residenciais e 9,74% para as indústrias. 

Esta diminuição compensa em parte os aumentos reais, descontada a inflação, entre 2014 e 2016, sem falar nas bandeiras tarifárias adotadas devido ao uso das termoelétricas e à crise hídrica. 

Isso significa menor pressão no Orçamento das famílias e custo menor para as empresas. Já não bastava a crise do feijão e de outros produtos agrícolas, que subiram muito de preço devido às chuvas irregulares e à prioridade absoluta, pelo agronegócio, a poucos gêneros destinados à exportação (soja, milho) e produção de combustível (cana-de-açúcar).

Argentina e sua sina. E nós?

A Seleção argentina enfrenta um drama pessoal de passar 23 anos sem ganhar um único título. Enquanto isso, aqui no Brasil, aproveitamos para fazer chacota, mesmo com a seleção de nosso país merecedora de críticas bem mais mordazes. 

Vejamos os anos mais recentes, quando Messi e companhia tiveram oportunidades de acabar com esta "maldição" e não conseguiram. 

Em 2014, chegaram à final da Copa do Mundo, com vontade de conquistar o tricampeonato e satisfazer o prazer de fazer isso bem na casa do maior rival, o Brasil. Encontraram a Alemanha, e foram derrotados na prorrogação, com um único gol de Götze. Messi até se esforçou, mas nada conseguiu. Higuaín teve a oportunidade de evitar isso, mas perdeu a chance. E a Argentina, a Copa. 

No ano seguinte, a Argentina foi às finais de novo, na Copa América do Chile, e enfrentaram os anfitriões. O histórico era amplamente favorável ao time azul-e-branco, e com o melhor jogador do mundo seria fácil. Porém, o Chile melhorou muito nos últimos tempos, e contava com um elenco bastante competente: Vidal, Sánchez, Vargas. Seu setor defensivo não era tão badalado, mas funcionou até mesmo contra La Polga, temido pelos zagueiros rivais. O jogo terminou zerado, inclusive nas prorrogações. Messi cobrou o primeiro pênalti na disputa final, e Vidal converteu em seguida. Higuaín foi um dos responsáveis pela derrocada argentina (o outro foi Banega). E os chilenos conseguiram um título inédito em sua história, em casa. 

Neste ano, a história repetiu-se. Argentinos e chilenos se enfrentaram de novo. Mais uma vez, o jogo ficou carente de jogos, e para piorar o juiz brasileiro Héber Roberto Lopes atuou de forma desastrosa, prejudicando os dois times com duas expulsões sem fundamento: o chileno Díaz, por um lance normal com Messi, e o argentino Rojo, em lance não tão violento assim envolvendo Vidal, mas que deu o pretexto para o árbitro compensar o erro anterior, errando. Até então o Chile jogava muito mal e parecia ceder terreno para a Argentina quebrar o jejum. Higuaín poderia ter mudado a história, mas desperdiçou a chance, cara a cara com o goleiro chileno Bravo graças à colaboração da zaga. Depois disso, os chilenos passaram a equilibrar o jogo, mas também não conseguiram definí-lo. E mais uma vez o jogo terminou nos pênaltis. Desta vez, Vidal cobrou de forma displicente. E Messi, abalado, bancou o Roberto Baggio e isolou a bola, colocando-a "em órbita". O mundo não perdoou, e nem os chilenos, que não desperdiçaram mais nenhuma cobrança e acabaram de vez com a freguesia para a Argentina, ganhando a Copa América Centenário. 

OK, os argentinos e Messi acabaram virando meme (figuras retiradas do portal UOL): 

Por outro lado, e os brasileiros nestas três competições?

Em 2014, houve o famoso 8/7, exaustivamente lembrado neste blog, em quantidade maior até que os sete gols feitos pelos alemães contra a Seleção da CBF. Não vou comentar isso de novo. 

Em 2015, os amarelões perderam a Copa América do Chile nos pênaltis, após um erro bisonho do experiente e chorão zagueiro Thiago Silva, cometendo aquele pênalti convertido por Derliz González. Na cobrança final, Douglas Costa e Everton Ribeiro desperdiçaram, e o Brasil ficou fora nas quartas-de-final. 

Em 2016, houve algo tão ou mais calamitoso do que o ocorrido em 2014: o Brasil perdeu do Peru por 1 a 0 na fase de grupos, e caiu fora da Copa América Centenário da pior forma possível, desencadeando a demissão do técnico Dunga e do coordenador Gilmar. 

O fato de Neymar, o mais badalado jogador canarinho, não estar presente nesses episódios não muda nada.

Enquanto isso, os brasileiros esqueceram essa campanha tacanha, rindo da seleção argentina tri-vice. Pelo menos, Messi e companhia chegaram às finais, e a seleção renegada pelo "país do futebol", não. 

Conclusão da postagem anterior

Está decidido: com 52% dos votos, a maior parte deles no interior da Inglaterra e no País de Gales, o "leave" venceu.

Esta decisão foi aceita e respeitada pela Europa e pelos países democráticos por se tratar de uma decisão soberana dos povos dos quatro países que compõem o Reino Unido, mas mostra o quanto ele está dividido. Teme-se não apenas criar precedentes para novas saídas do bloco europeu, mas também a própria integridade territorial britânica, por haver forte sentimento separatista na Escócia e na Irlanda do Norte. Estas regiões votaram majoritariamente pelo "remain" e podem aproveitar a decisão para tentarem a emancipação política - e integrarem a União caso tiverem êxito, o que não é muito provável.

Quem não conseguiu engolir o Brexit foram os mercados, que correram para o iene e o franco suíço, enquanto a libra esterlina e o Euro se desvalorizaram. As Bolsas do mundo inteiro despencaram, principalmente no Velho Continente, mas também na Ásia: o Nikkei tombou 7,9% e a Bolsa de Milão derreteu: foram 12% de perdas, assim como Madrid.

Os nacionalistas, os eurocéticos, o governo russo e Donald Trump comemoraram o resultado do referendo. Globalistas e defensores de uma Europa (ou de um mundo) sem fronteiras lamentaram. 

Britânicos decidem seu futuro

Hoje, houve um referendo pela permanência ou não do Reino Unido na União Europeia.

O país nunca se integrou totalmente no bloco. Preferiu, por ora, continuar com sua moeda própria, a libra esterlina. Houve ressalvas quanto à organização política da União, considerada excessivamente burocrática, para tentar conciliar os interesses de países tão diferentes. Pesou também o fato do continente, principalmente a Alemanha, ser o lugar procurado pelos refugiados de países minados pelo terrorismo, guerras civis e fome - a exemplo da Síria, da Nigéria, da Somália e outros países. 

Por outro lado, os britânicos são um dos principais sustentáculos do grupo, ao lado da França e da Alemanha, e são um contraponto mais liberal ao intervencionismo estatal vigente na maioria dos países do Velho Continente. A saída do Reino Unido poderia representar a fuga de investidores para mercados mais abertos e, pior, desencadear um processo de degradação da própria União Europeia. Para o Brasil, isso seria muito preocupante, pois ele está vulnerável ao nervosismo dos mercados internacionais, que torcem para a permanência, com vistas à preservação da integridade do bloco europeu.

O chamado "Brexit", da combinação das palavras em inglês British e Exit (Saída britânica), conquistava a maioria da população, temerosa dos refugiados e enfastiada com a ajuda dada pelo governo aos membros mais pobres da U.E., para, segundo eles, receberem pouco em troca. Porém, o brutal assassinado da deputada trabalhista Jo Cox, ativista pelo "sim", ou "remain", por um neonazista simpatizante do "Brexit", fez a tendência pelo "não", ou "leave", deixar de ser uma certeza.

Agora, o processo para apurar os votos está ainda em andamento, mas o "leave" vence por uma margem muito estreita (cerca de 51% dos votos), de acordo com os resultados dos distritos, equivalentes aos municípios.

Justiça da Califórnia decide a favor do Led Zeppelin

Depois de uma longa batalha nos tribunais, a banda inglesa Led Zeppelin saiu vitoriosa da acusação envolvendo um suposto plágio da música Taurus, da banda americana Spirit, feita em 1968. Michael Skidmore, representante do compositor e guitarrista da banda Randy California, falecido em 1997 num trágico acidente marítimo ao tentar salvar o filho de um afogamento no Havaí, acusou os ingleses de plagiarem parte do trabalho para fazerem, em 1971, uma de suas mais notórias canções, Stairway to Heaven. 

Um tribunal californiano foi encarregado de julgar a queixa de Skidmore, a partir de indícios notados por um juiz: uma série de acordes em escala cromática praticamente idêntica presente no início das duas músicas. Porém, tudo o mais é completamente diferente, conforme se pode notar abaixo: 

A psicodélica música do Spirit...

... e o megasucesso composto por Jimmy Page e Robert Plant, os cabeças da banda inglesa

Como se pode notar, há mesmo um pequeno trecho coincidente, mas o júri não considerou isso uma prova de plágio, e Skidmore não verá a cor do dinheiro exigido na Justiça: parte dos US$ 58 milhões (US$ 79 milhões, corrigidos pela inflação) arrecadados por Jimmy Page, Robert Plant e seus colegas da banda. 

Dessa forma, um dos maiores grupos de rock'n roll de todos os tempos acabou voltando aos holofotes da mídia, e seus acusadores, também. 



N. do A.: Enquanto isso, na Terra Brasilis, a Polícia Federal prendeu mais um cacique petista, Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento. Ele foi um beneficiário do grande esquema de corrupção investigado pela Lava Jato, e Gleisi Hoffman, sua mulher, e senadora pelo PT, revoltou-se contra a prisão. Ainda serão necessários muitos atos assim para o Brasil conseguir galgar sua escada - não para o céu, mas para escapar do inferno no qual acabou se metendo. 

Mais acidentes de percurso nas Olimpíadas

Desistências de atletas, suspensão de todos os membros do atletismo russo, medo da zika e da violência no Rio, obras mal-feitas ou inacabadas...

... e agora tiveram ontem a brilhante ideia de fazer uma cerimônia pública da tocha olímpica em Manaus, acompanhada de uma onça em cativeiro pertencente ao Exército, que se estressou com a exposição e mesmo sedada, tentou utilizar suas garras contra um soldado - e acabou sendo morta. Por ser um animal em perigo de extinção, e fonte de inspiração para a mascote da delegação brasileira no evento, a tragédia repercutiu muito mal no exterior. Havia outro felino da mesma espécie que também participou, este sim de forma oficial: uma onça macho chamada Simba.

Foto da onça Juma com um soldado, divulgada pelo Portal do Holanda. Este blog não vai mostrar a felina junto da tocha, como muitos sites fizeram. 

Depois de tudo isso, só falta algum país querer boicotar os Jogos. Ainda dá tempo para fazer isso. Esta Olimpíada acabaria lembrando as edições de 1976, 1980 e 1984, arruinadas pelos conflitos políticos que se sobrepuseram ao espírito esportivo. Só falta um ato terrorista durante as competições, para igualar 1972. Daí, não haveria mais dúvidas quando perguntarem se a Rio-16 é uma boa ideia ou não.

Por enquanto, é melhor aguardar e não fazer especulações.

Difícil decisão para paulistanos e cariocas

No Rio e em São Paulo existem vários pré-candidatos à prefeitura. Há, como em tudo, um lado bom e um ruim. O lado bom é a diversidade e a quantidade. Já o ruim, aliás, péssimo, é a qualidade. Difícil achar um que possa, pelo menos, não fazer piorar as duas grandes metrópoles, há décadas sofrendo de más gestões, incompetência, corrupção, negligência, clientelismo, desleixo e outros adjetivos nada elogiosos. Obrigatoriamente, é preciso eleger um deles - melhor do que não haver nenhum - e que vença o menos pior.

Primeiro, a Cidade Maravilhosa, sede das Olimpíadas em agosto. O próximo governante de lá vai ter de iniciar a administração do legado (se houver algum...) além de manter a cidade atraente para os turistas, assustados com o nível de violência e miséria, principalmente nas favelas e comunidades pobres. Existem nove pré-candidatos, três deles desconhecidos e os outros seis bastante conhecidos, e difamados: 

- Pedro Paulo Carvalho (PMDB - partido do atual prefeito, Eduardo Paes)

- Carlos Osório (PSDB - ex-peemedebista)

- Marcelo Freixo (PSOL)

- Marcelo Crivella (PRB)

- Alessandro Molon (Rede)

- Jandira Feghali (PCdoB)

- Índio da Costa (PSD - ex-DEM)

- Romário (PSB)

- Flávio Bolsonaro (o filho do Jair - PSC)

Em São Paulo, a situação não é nada melhor. Também há várias escolhas, e nem por isso a tarefa é menos árdua. 

- Celso Russomano (PRB)

- Fernando Haddad (candidato à reeleição - PT)

- Marta Suplicy (ex-prefeita - PMDB)

- Luísa Erundina (ex-prefeita - PSOL)

- João Dória Jr. (PSDB)

- Andrea Matarazzo (PSD)

- Marco Feliciano (PSC)

Essas duas cidades estão bem servidas. ARGH ! ! ! !

A Oi pede recuperação judicial. E os clientes?

Uma das empresas de telecomunicação que mais cresceu nos últimos anos, a Oi está amargando prejuízos bilionários e falta de capacidade de investimentos na melhoria de seus serviços. Sua dívida, orçada em R$ 65,4 bilhões, é considerada inadministrável. 

Nunca se tentou renegociar um montante desses durante uma recuperação judicial. O valor da empresa está estimado em menos de R$ 20 bilhões. É uma relação patrimônio/dívida bem preocupante. Empresas com relação muito menos calamitosa que não apresentam o mesmo volume de negócios fechariam imediatamente as portas.

Boa parte dos analistas não apostam na recuperação e esperam uma possível decretação de falência. 

Porém, nas diversas reportagens sobre esta notícia, pouco se falou nos grandes interessados, os clientes. A Oi tem milhões de usuários, que ficam sem saber como serão atendidos caso as negociações da empresa e seus credores fracassarem. Serão possíveis vítimas de um histórico de irregularidades, passando pela compra suspeita da Brasil Telecom, então sob posse do Opportunity do banqueiro Daniel Dantas, e acusações de envolvimento da empresa com o filho de Lula, Fábio Luís da Silva. 

Não é possível abandonar assim tantas pessoas. Cabe à Anatel ou ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações dar uma resposta convincente a elas.


P.S.: A Oi e a Anatel garantem o atendimento normal aos clientes. Não se sabe até quando...

Teremos sucesso na Olimpíada?

Devido à horrenda situação financeira no Rio de Janeiro, o governador interino Francisco Dornelles decretou estado de calamidade pública. A medida serve para forçar o governo federal a liberar mais verbas, enquanto medidas excepcionais serão tomadas, inclusive restringindo alguns direitos. Isto é consequência da desastrosa administração do Estado ao longo dos anos, e o decreto mostra o nível de deterioração. Não se tem dinheiro para nada, ainda mais para as Olimpíadas. 

Nossos atletas estão se preparando de acordo com as possibilidades, e de forma bem discreta, devido à falta de repercussão na mídia, cuja atenção está voltada para a infindável crise política, eventos do futebol como a Eurocopa e, em grau bem menor, a Copa América, e também à crise na Seleção da CBF, parcialmente resolvida com a nomeação de Tite, o ex-técnico do Corinthians. Por um lado, isso favorece a concentração dos esportistas que irão participar do maior evento esportivo do mundo, mas por outro os torcedores acabam lidando mais com conjecturas do que com fatos. Como os atletas brasileiros vão atuar nos Jogos?

Enquanto isso, devido ao escândalo do doping, o conselho da Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) resolveu suspender toda a delegação russa por negligência. Isso atingiu inclusive esportistas não acusados, como a medalhista de ouro Yelena Isinbayeva, do salto com vara, que ameaçou denunciar a IAAF por suposta violação aos direitos humanos. Não está descartada a possibilidade do Kremlin decretar boicote à Rio-16 como retaliação à medida contra os atletas russos, proibindo até os competidores de outras modalidades (como o vôlei) de atuarem. 

Continua, também, a polêmica acerca da zika e seus temidos efeitos neurológicos, inclusive a microcefalia em fetos. Ainda falam em suspensão dos Jogos, mas tanto o COB quanto o COI não querem nem ouvir falar nisso. Muito menos os organizadores e os torcedores. 

Devido a todos esses problemas, haverá espaço para o sucesso da Rio-16?

Países inventados pela Marvel

Abordando o assunto da cultura popular, mais especificamente os quadrinhos da Marvel, nota-se que o pessoal até tenta utilizar como cenário o mundo real, mas muitas vezes isso é impossível, mesmo porque as histórias em geral são fantasias envolvendo fatos inverossímeis, como a capacidade do Homem de Ferro voar sem se preocupar (muito) com a energia necessária para mover a sua pesada armadura, ou os raios gama transformarem um cientista num gigante verde raivoso ao invés de simplesmente matá-lo. 

Existem lugares muito pitorescos, até esquisitos, inventados pelos autores da "Casa das Ideias", onde parte dos enredos ocorrem. É o caso dos planetas ou dos lugares extraterrenos, como Zenn-La, o mundo de onde o Surfista Prateado veio, ou Asgard, a terra do poderoso Thor e outros deuses escandinavos. Mas vou me limitar aos países fictícios da Terra, mesmo, onde ninguém, em sã consciência, pensaria em viajar.

Os fãs dos quadrinhos conhecem, por exemplo, a Latvéria, o minúsculo país europeu vizinho da Transilvânia (no mundo real, faz parte da Romênia), governado pelo impiedoso Doutor Destino, um dos mais poderosos vilões da Marvel. Apesar de ser um tirano, ele é adorado pelo seu povo, fazendo inveja a certos governantes que bem gostariam de ter este dom. Não é um bom lugar para um turista de bom senso.

Este "país" vive em conflito com o resto do mundo, não só com o Quarteto Fantástico ou os outros heróis, mas tem boas relações com o vizinho, a república da Symkaria, onde vive a anti-heroína conhecida como Sabre de Prata, pouco conhecida por ainda não aparecer em nenhum filme da Marvel.

Na mesma região "existe" outra pequena nação, Transia, no meio dos Cárpatos, também vizinha da Transilvânia, e também da Sérvia. Neste país montanhoso há o Monte Wundagore, local de nascimento da Feiticeira Escarlate e seu irmão gêmeo Mercúrio, e base de operações do genial e psicótico cientista conhecido como o Alto Evolucionário, criador de animais transformados em humanoides, que não raro atacam quem encontram. Não é um lugar aprazível, portanto.

Mapa fictício da Latvéria, Symkaria e Transia, na Europa Oriental. A Transilvânia é tratada como se fosse independente.

Os gêmeos citados acima estão relacionados com Magneto, apesar de recentemente a Marvel ter revelado que eles não são filhos do poderoso mutante, talvez devido ao conflito entre a Marvel Studios e a Fox, que dividem os direitos sobre Mercúrio e, em teoria, também sobre a Feiticeira. O mestre do magnetismo costuma visitar tanto a Transia quanto um local onde os mutantes são soberanos, a ilha de Genosha, "localizada" próximo às Seicheles, no Oceano Índico. Se este lugar existisse mesmo, não seria um local para os humanos comuns visitarem, pois eles seriam perseguidos e tiranizados. É uma situação algo oposta à do resto do mundo, onde os mutantes são discriminados.

No continente africano, não muito distante de Genosha, existe o reino de Wakanda, próximo ao lago Turkana, entre Quênia e Etiópia. É o reino do herói Pantera Negra, e o único lugar onde pode ser encontrado um mineral chamado vibranium, matéria-prima para os escudos do Capitão América e os dispositivos anti-acústicos do Senhor Fantástico. Um meteorito com o material caiu naquela região há milhares de anos, segundo as histórias. Seria um lugar para se fazer um safári turístico, não fosse palco de vários conflitos entre os vizinhos e também entre super-heróis e supervilões.

Nações africanas no Universo Marvel, mostrando Wakanda (em azul) e uma possível localização de Genosha, no oceano. A Etiópia está sem boa parte de seu território (este mapa foi feito antes de 2011, ano da emancipação do Sudão do Sul).

Voltando ao universo dos mutantes, outro lugar que aparece nos quadrinhos do X-Men é a Terra Selvagem, um lugar hostil habitado por feras pré-históricas, localizado próximo à Antártica, mas com clima próximo ao tropical, por mais absurdo que isso possa parecer. Este lugar é a terra de Sauron, um mutante em forma de pteranodonte que se alimenta de sangue e deu trabalho para os X-Men e outros heróis. Lá também vive o guerreiro Ka-Zar, originalmente inspirado em Tarzan, e seu animal de estimação, o tigre dentes-de-sabre Zabu, que não raro precisam lutar em combates ferozes para sobreviverem. Ou seja, além de ser muito longe, é um péssimo lugar para passar as férias.

Finalmente, a Marvel explora a super-conhecida Atlântida, o reino submarino governado por Namor, que odeia os humanos por poluírem os mares, afetando o bem-estar de seu povo nas profundezas do mar. Atlântida, para a "Casa das Ideias", é um lugar onde possíveis turistas não seriam bem vindos, caso pudessem visitá-la.

Estes são os lugares mais conhecidos do Universo Marvel, embora vez ou outra outras dezenas de países fictícios apareçam nas histórias.

O dilema do Brasil

Aceitar e apoiar o governo interino de Michel Temer, denunciado hoje por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, que o acusou de combinar uma propina de R$ 1,5 milhão para a campanha mal-sucedida de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, e ainda por cima ter de suportar um presidente do Senado envolvido em várias acusações de roubalheira e abuso de poder, tendo como vice um petista. Realmente é uma péssima opção ...

ou

... querer a volta de Dilma Rousseff, por conta dos desacertos do governo atual, esquecendo-se dos desmandos mais frequentes e piores, cometidos por ela e seus ministros, resultando em um desvio de centenas de bilhões de reais, fazendo o inaceitável montante pedido de Temer parecer uma ridícula esmola.  A volta de Dilma traria pânico nos mercados e faria todo o esforço pela ética na política parecer algo sem sentido algum, mergulhando o país de vez na melancolia e na ingovernabilidade. Isto é bem pior do que a opção acima. 

Que Deus tenha piedade de nossa nação!

Tirar o Dunga foi fácil

Devido ao fiasco da Copa América, onde o Brasil teve um vexame comparável ao 7 a 1 tomado naquele 8/7, o técnico Dunga e o coordenador Gilmar Rinaldi foram sumariamente demitidos pela CBF. Não havia condições para a dupla continuar: resultados pobres, fracassos em jogos decisivos nas duas Copas América (2015 e 2016) e a modesta sexta posição nas Eliminatórias, ainda se somam com a pressão da Rede Globo, cuja relação com o técnico é fria para não dizer hostil, e o desinteresse crescente dos brasileiros pela Seleção da CBF. 

Dessa forma, Dunga foi sacado. Bode expiatório perfeito para o decadente futebol nacional, com falta de talentos, e também de maturidade por parte dos jogadores e ética por parte dos dirigentes da CBF. Era o possível a ser feito, porque o mais difícil não veio: depende da manutenção do patrocínio pelas empresas que financiam a entidade (Vivo, Mastercard, General Motors, Itaú, Sadia, AmBev, Nike...) e de um trabalho investigativo realmente consistente por parte da Justiça.

Nada disso é suficiente, embora seja necessário, para a Seleção voltar a ser querida pelos brasileiros: os clubes precisam burilar os talentos e formar os craques adequadamente, as escolas precisam melhorar as aulas de educação física para os diversos esportes (não só o futebol) e é preciso haver uma cultura de planejamento, tal como fazem os bons empreendedores, e não tratar o esporte como balcão de negócios. 

Dunga perdeu o emprego como técnico da Seleção da CBF (Divulgação, pelo site TODODIA)

Outros ilustres senhores que não honram seus cargos também merecem perdê-los, mas, ao contrário de Dunga, não dependem só da vontade de poucos para isso. É o caso do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha. Ele fez de tudo para atrasar o andamento do processo de cassação de seu cargo de deputado, e viu sua aliada Tia Eron, depois de uma semana inteira de reflexão, finalmente declarar seu voto... contra ele. Outro membro da Comissão de Ética, Wladimir Costa, muito criticado por suas ausências no plenário como membro do Solidariedade (SD) do Pará, mudou seu voto e votou pelo relatório de Marcos Rogério (DEM-RO), que pede a cassação. O ex-líder dos deputados irá recorrer ao CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), mas desta vez é bem possível que não consiga impedir a votação no plenário, e o chamado "Centrão", bloco formado por PP, PR, PSD, PRB, SD, PTB e PTN, antes uma mega-aglomeração de "acólitos" de Cunha, está abandonando a ideia de apoia-lo. 

É um trabalho muito mais árduo e com relevância muito maior para o Brasil do que a remoção de Dunga, agora ex-técnico da seleção amarelona. 

Dois fatos horríveis

Este dia 12 de junho será muito lembrado no Brasil e no mundo, no pior sentido. 

Nos Estados Unidos, onde não é dia dos namorados (dia 14 de fevereiro por lá, para homenagear São Valentim; só aqui mesmo para comemorar o evento na véspera do dia de Santo Antônio, o casamenteiro), uma boate em Orlando (Flórida) frequentada por homossexuais foi atacada por um atirador de origem afegã, Omar Mateen. Ele conseguiu a façanha de matar sozinho 50 "pecadores", de acordo com a visão fanática dos fundamentalistas islâmicos, e foi morto pela polícia. É o pior massacre cometido na Flórida em vários anos, e mais uma vez um adepto do terror tenta impor pela violência e pelo ressentimento os seus pontos de vista.

Este ato horrível não só voltou a aterrorizar os americanos - e o mundo - como representa um golpe duro para Barack Obama e, também, para Hillary Clinton, em plena época da corrida presidencial.

Obama faz pronunciamento contra o massacre cometido por um terrorista islâmico (WTMJ/Divulgação)

Milhares de quilômetros dali, no mesmo país, mas em Massachussets, aconteceu outra catástrofe, sem mortos mas também com forte repercussão na mídia. A seleção da CBF só precisava de um empate com o Peru para avançar na Copa América Centenário, mas os canarinhos confirmaram a fama de medíocres e jogaram mal, mesmo com o time formado por gente que não disputou a "Copa da Vergonha" (à exceção de Willian, Daniel Alves e, nos minutos finais, Hulk). Como resultado, foram castigados, e ainda por cima com um gol IRREGULAR feito por Ruidiaz. Sem criatividade nem qualidade, o time de Dunga não conseguiu reagir, e aquela goleada grotesca de 7 a 1 contra o Haiti de nada adiantou. Com um empate e uma vitória, o Brasil não conseguiu sequer se classificar, aumentando a crise e a pressão sobre o técnico, novamente visto como indigno de comandar a Seleção, e também sobre o presidente da CBF, Marco Polo del Nero, considerado corrupto e inepto, mas com influência suficiente para conseguir fugir da Justiça - sabe-se lá até quando.

Devemos repudiar o terrorismo e lamentar profundamente o futebol brasileiro, cujas chances de ir para a Copa da Rússia podem ser comparadas às do terrorista de Orlando encontrar as suas 72 virgens no Paraíso.


N. do A.: Havia um filme de terror chamado "Dia dos Namorados Macabro", de 1981, que bem poderia dar título a esta postagem.

O frio chegou para valer

Depois das chuvas fora de época, o frio finalmente pôde dar as caras de vez, derrubando tudo: as temperaturas, a vontade de sair da cama, o ânimo para trabalhar. Pode-se dizer que este é uma friaca golpista, como os defensores da ex-poderosa presidentA gostam de dizer. 

Em São Paulo, alguns lugares como o Grajaú, na extrema zona sul, chegaram a estapafúrdios (para os paulistanos) 2 graus Celsius. No Rio de Janeiro, chegou a ficar abaixo de 10 graus Celsius, para desgosto dos cariocas. Imagine então no Sul...

Até em Cuiabá fez frio. Certo: 17 graus por aqui não são nenhuma catástrofe, mas por lá, que sempre faz calor, dá muita razão para choro, ranger (e bater) de dentes e mimimi.

Para o fim de semana, as notícias só são boas para quem curte o frio, de preferência em boa companhia, aproveitando o dia dos namorados embaixo das cobertas A previsão do tempo é de mínimas bem baixas por aqui. Pior na segunda: segundo o Climatempo, pode fazer 3 graus. A partir daí, esquenta progressivamente até termos um tempo pouco mais agradável a partir do meio da semana. 

Peru finalmente decide seu presidente

Após uma apuração extremamente vagarosa, devido às dificuldades de computar votos nos locais mais isolados, como a Amazônia e os vilarejos da Cordilheira dos Andes, o Peru finalmente define seu presidente. 

No primeiro turno, os socialistas e "bolivarianos" foram derrotados, restando duas opções bem distintas, apesar de serem tachadas de "direitistas": o economista liberal e defensor das liberdades individuais, e a filha de um ditador que afirma ser muito diferente do pai - embora defenda ideias conservadoras, a pena de morte e até mesmo a restrição dos direitos em prol dos valores tradicionais. 

Pedro Pablo Kaczynski, a primeira figura, estava atrás nas pesquisas e teve de contar com o apoio dos "bolivarianos" para vencer a filha de Alberto Fujimori, Keiko, por uma margem estreitíssima de votos Foram 50,12% contra 49,88%. 

 Pedro Pablo Kazynscki pôde comemorar a vitória apertadíssima só hoje (Divulgação)

Com o economista descendente de poloneses, cujo nome é abreviado para PPK para ficar mais fácil de escrever, o Peru se alinha com o liberalismo e a economia de mercado, sem abrir mão das conquistas sociais e dos direitos civis. No entanto, ainda falta muito para o país sul-americano, nuestro vecino, ser considerado justo para com seu povo: a miséria ainda é muito grande, apesar de ter despencado nos últimos anos, e ainda há o problema da excessiva dependência das matérias-primas, da ainda fragilidade no setor industrial, do tráfico de drogas e da devastação ambiental, principalmente na Amazônia. 

O modelo econômico misto de socialista e "neoliberal" adotado pelo antecessor Olanta Humala ainda parecia dar certo, pois a economia cresceu 3,26% no ano passado, mas os peruanos estavam cansados da ambiguidade do governo na política, que oscilava entre os discípulos de Hugo Chávez (oficialmente o partido do ex-presidente peruano é integrante do mal-falado "Foro de São Paulo") e os seguidores de ideias mais liberais. 

Com Kaczynski, os caminhos parecem mais coerentes: política de "centro-direita" com a economia de mercado. Resta saber como ele irá implantar seu plano de governo, pois o Legislativo está tomado pelos fujimoristas e, em menor número, pelos socialistas. Os aliados do presidente eleito estão em franca minoria, e há necessidade de negociar com a oposição. Um esquema do tipo "mensalão" está totalmente descartado: o Peru não está entre as nações mais corruptas do subcontinente. 

Outro problema, bem menos sério, é a sua identificação aqui no Brasil: o som lembra uma palavra de baixo calão, dos vários nomes populares da vulva. 

Dia estranho mesmo!

Primeiro, o japonês da Federal, acostumado a prender, foi preso. 

Agora, a nossa (na verdade, da CBF) Seleção, que levou 7 a 1 da Alemanha no 8/7, passou a impor uma goleada no time do Haiti... 7 a 1!

Por causa disso, depois dos comentários que faziam troça do ex-paladino da Justiça envolvido em facilitação de contrabando, surgiram outros para homenagear os canarinhos (e os pobres haitianos, que mesmo assim não se sentiram a mosca do cocô do cavalo do bandido, como muitos brasileiros dois anos atrás). A maioria foram "tweets": 

ZAGUEIRO DO HAITI CHORANDO DIZENDO QUE SÓ QUERIA DAR ALEGRIA PARA SEU POVO (Joaquim Teixeira)

É pra vingar o 7x1, só q vingar tipo em trote de faculdade...em q vc zoa o calouro q não tem nada a ver ao invés do veterano o q te zuou (Pedor)

Se eu fosse o Dunga dava bronca. 7 a 1, catzo? Querem alimentar piadinha e manchete de portal? Ps: tô falando sério... (André Rizek, jornalista esportivo)

o Brasil parecia a Alemanha 
o Haiti parecia o Brasil (lindu)

Os responsáveis foram: Renato Augusto (2 gols), Philippe Coutinho (3 gols), Gabigol (apontado como "sucessor" de Neymar) e Lucas Lima. E também a defesa do Brasil, mais uma vez vacilando e deixando o adversário, no caso o meia haitiano Marcelin, fazer o gol. Pô, Gil! Xi, Marquinhos!

Agora, só falta o Brasil avançar na Copa América Centenário e ser eliminado na próxima fase! Tudo indica que o adversário nas quartas-de-final será o time dos Estados Unidos (que joga em casa!). Mas antes o Brasil precisa jogar com o Peru, que está ganhando do Equador neste momento. 

Listas de sites que listam a bizarrice alheia

Este blog está postando tanta notícia sobre política que está se tornando meio monotemática, contrariando a intenção de mostrar assuntos variados.

Para descontrair um pouco, vou voltar a escrever sobre listas, e o tema são os sites bizarros, cujo conteúdo é totalmente sem noção ou simplesmente inexistente. E muita gente acessa.

Não vou listar estas pérolas da grande rede diretamente, mas existem outros sites que tratam de curiosidades e tiveram o trabalho de expor a bizarrice alheia. Ei-los:

Frequência total: http://ft8.com.br/diferente/404-top10-os-sites-mais-bizarros-do-mundo

Ovelhas Voadoras: http://www.ovelhasvoadoras.com.br/2013/10/14-sites-bizarros-pra-voce-brisar.html

Fatos Desconhecidos: http://www.fatosdesconhecidos.com.br/os-20-sites-mais-estranhos-e-sem-nocao-da-internet/

Megacurioso: http://www.megacurioso.com.br/bizarro/74183-voce-nao-vai-acreditar-10-sites-de-relacionamentos-mais-bizarros-do-mundo.htm

Techinsider: http://www.techinsider.com.br/2015/12/os-sites-mais-bizarros-da-internet/

Esse assunto lembra certos fatos envolvendo o Brasil, como uma pessoa apontada como herói (na verdade, apenas cumprindo seu dever) sendo presa pelos colegas por facilitar contrabando. É o famoso e temido "japonês da Federal", Newton Kiichi, responsável pela execução das prisões dos réus da Lava Jato. Isso rendeu até memes como este:

Política e clima surpreendem

De tanto acontecer fatos inusitados na política brasileira, nada mais surpreende, nem mesmo o vazamento de um pedido de prisão feito pelo procurador-geral Rodrigo Janot e divulgado pelo jornal O Globo. Ele simplesmente quer ver Renan, Sarney, Cunha e Jucá na cadeia. Muita gente quer isso, e os denunciados fazem por merecer, mas sabe que o STF não vai atender esse desejo tendo por base as gravações de Sérgio Machado, cujo conteúdo, embora escandaloso, só evidencia intenções, mas não atos concretos. 

Rodrigo Janot provocou nova tempestade na política em Brasília (Antônio Cruz) ...

Igualmente surpreendente é esta chuva fora de época desde o fim do mês passado. Tempestades arrasaram as cidades ao norte da capital, como Franco da Rocha, Cajamar, Jarinu, Atibaia e Bragança Paulista. Houve ventos fortíssimos e até ameaças de tornados em Campinas. A capital também sofreu bastante, principalmente nas favelas, embora não houvesse registro de ruas intransitáveis. O lado bom disso tudo é a forte alta nos níveis dos reservatórios. O Cantareira, por exemplo, estava em 35,6% em meados de maio (dia 16), e agora está em 42,7%, enquanto há sistemas com excesso de água, como o Alto Cotia, que abastece as cidades a oeste da capital, e o Rio Claro, fornecedor para parte da Zona Leste, Santo André e Mauá. 

... e tempestades de verdade caíram em cidades paulistas (Rafael Coutinho). 

2016, um ano duro de engolir

2016 é um ano terrível que vai deixar novas sequelas à nossa espécie sem curar as antigas, provocadas nos anos anteriores.

No sábado passado, o maior pugilista da História morreu, Muhammad Ali, ou Cassius Clay. Poucos esperavam por sua morte, aos 74 anos, apesar do mal de Parkinson que o afetou por mais de trinta anos.

Caiu um governo impopular e responsável pelo maior declínio econômico na História recente, para dar lugar a outro governo que, embora represente uma correção de rumo, continua a padecer de boa parte dos vícios da gestão anterior.

A preparação para as Olimpíadas do Rio não agrada, e não há garantias de que vamos ter um torneio seguro nem um legado digno de nota. Estes são os Jogos até agora mais criticados e difamados dos últimos tempos, e teremos de nos esforçar para fazer os críticos mudarem de ideia.

Nos Estados Unidos, há o risco dos americanos votarem num bilionário histriônico, capaz de provocar a desordem no mundo com suas promessas populistas e xenófobas. Nas nossas vizinhanças, um governo "bolivariano" enlouquecido e próximo da tirania. E o terror governando trechos enormes da Síria, do Iraque, da Nigéria, da Somália e outros países.

E não adianta se refugiar no velho "ópio do povo brasileiro" para escapar desses fatos: o Brasil começou mal a Copa América Centenário, empatando graças a um gol mal anulado do Equador. Neymar faz falta, assim como falta criatividade e qualidade em boa parte dos jogadores e na comissão técnica.

Temos que aguentar mais metade do ano, e nada de pensar que 2017 será melhor, ou mesmo 2018. O jeito é continuar tocando a vida, corrigindo os nossos rumos na medida do possível, e nos adaptando para as situações que não podemos mudar. 

Matemático brasileiro ganha importante prêmio na França

Existem notícias que nos fazem ter vontade de urrar de raiva e desejar aos responsáveis algo pior do que a zika ou um tumor no orifício entre os glúteos, como (atenção: não é recomendável clicar nada neste parágrafo!) AQUI, AQUI, AQUI e AQUI. 

Mas existem outras que nos fazem bem por alimentar pensamentos mais edificantes. Uma delas foi ter encontrado o menino que foi deixado numa floresta no norte do Japão. A outra envolve um certo país, maltratado por séculos de inépcia, mal acostumado ao culto do "jeitinho" e da marginalidade, e conformado com aquelas notícias do primeiro parágrafo. Um cidadão desse país foi premiado, e merecidamente.

 Marcelo Viana, diretor do Impa, tornou-se exemplo para os matemáticos e produtores de conhecimento no Brasil (Leonardo Pessanha/Impa)

Marcelo Viana, do Instituto Geral de Matemática Pura e Aplicada (Impa), ganhou o prêmio Louis D., o mais importante da França, concedido pelo Institute de France, por seus trabalhos sobre os sistemas dinâmicos, úteis para o estudo de fenômenos naturais como as massas de ar, correntes marítimas e crescimento de seres vivos.

Ele dividiu o prêmio de 450 mil euros com o francês François Labourie, da Universidade de Nice, e irá investir o dinheiro em pesquisas e produções de artigos científicos.

Viana assumiu o cargo em dezembro do ano passado, e foi um árduo crítico dos métodos para ensinar matemática no Brasil. De fato, boa parte dos professores não se preparam adequadamente e nem possuem uma didática adequada para tão importante tarefa, o que explica em boa parte o desinteresse dos alunos pelo estudos desta disciplina.

Foi devido ao estudo dos sistemas dinâmicos que outro matemático brasileiro pesquisador do Impa, Artur Ávila, ganhara o Prêmio Fields, o "Nobel da Matemática", dois anos atrás. Isto foi abordado neste blog e pode ser visto AQUI.

Notícia bombástica (de novo) envolve o príncipe Charles

Desde a morte de Lady Di os tablóides dão uma certa trégua à família real britânica, só mostrando, de vez em quanto, algum evento mais interessante para os paparazzi, como os bebês reais George e Charlotte e as estripulias do príncipe Harry.

O velho príncipe Charles, primeiro na linha de sucessão, ficou relativamente fora dos holofotes após o impacto inicial provocado pelo affair com Camilla Parker-Bowles e depois o seu casamento realizado em 2005.

Ele pôde ter um pouco de sossego, até ser aparentemente flagrado em um vacilo, aliás, um ato considerado escandaloso para a família real ou qualquer outra regida pela tradição. A revista americana Globe o teria flagrado... beijando um homem bem mais jovem.

O príncipe Charles é um gay enrustido? Segundo a revista Globe Magazine, sim (Divulgação)

Não é realmente claro se é o príncipe de Gales, mesmo. A publicação é tida como indigna de crédito, uma dessas mídias chamadas de "yellow press" ou, como aqui são chamadas, "imprensa marrom".

Ainda segundo a revista, Camilla teria ameaçado pedir divórcio, e a rainha Elizabeth II estaria pensando em tirá-lo da linha de sucessão, tornando seu neto, o príncipe William, o novo herdeiro principal.

Devido à baixa reputação da revista, não se pode, a princípio, dar crédito a nada divulgado a respeito da suposta homossexualidade do príncipe Charles. Logicamente, outras mídias, mais respeitáveis, vão querer investigar o assunto. 

E as Olimpíadas?

Não se falam dos Jogos Olímpicos com o merecido destaque. Estamos a apenas dois meses do evento!

Fala-se muito mais da Copa América Centenário - um evento de futebol, onde o Brasil está desacreditado irremediavelmente - o que é natural pois irá começar nesta semana. Agora o assunto é a convocação do Paulo Henrique Ganso, do São Paulo, em caráter de emergência, pois o veterano Kaká está contundido. No entanto, fala-se também muito de outros aspectos deste esporte, inclusive dos atletas que jogam no exterior, como Daniel Alves, que vai deixar o Barcelona, e Alexandre Pato, questionado no Chelsea e bastante próximo de ter de voltar ao Brasil após apenas seis meses na Europa. Sem falar nos preparativos para a Eurocopa e os jogos do Campeonato Brasileiro. No espaço esportivo, é difícil encontrar alguma coisa diferente do esporte que já foi a paixão nacional.

Tirando isso, temos a corrupção, os grampos, o infeliz aumento para o funcionalismo e para os membros do Supremo Tribunal Federal (são R$ 58 bilhões a mais, para uma economia que sofre com um rombo de R$ 170 bilhões). Temos também a expectativa da delação do Marcelo Odebrecht, enquanto aquela feita por Léo Pinheiro, da OAS, está gerando confusão, pois ele mudou a versão do envolvimento do ex-presidente Lula com o sítio em Atibaia e o triplex no Guarujá. Enquanto isso, a defesa de Dilma usa os grampos de Sérgio Machado como base, como se isso adiantasse para reverter o processo de impeachment. Isso sem falar do Eduardo Cunha, que está mais perto de ser enxotado do cargo de presidente da Câmara definitivamente. 

No cenário internacional, tivemos mais um tiroteio nos Estados Unidos, e logo onde a Seleção iria treinar, na conceituada universidade UCLA, na Califórnia; a condenação do infame Francesco Schettino a 16 anos de cadeia por abandonar o navio Costa Concórdia enquanto 32 pessoas morriam; a resistência de Nicolás Maduro em fazer o referendo para decidir o futuro de seu governo na Venezuela, desejado pela oposição, pela OEA e, o mais importante, a maioria da população; e o caso do menino abandonado numa floresta do norte do Japão e que mobiliza até o Exército para tentar achá-lo.

Os assuntos mais lembrados, além destes, são:

- a gritaria em torno do estupro coletivo, onde a questão desse tipo abominável de violência ficou relativizada diante do uso político e ideológico do assunto; 

- nas colunas de fofocas, o morno impacto do "remake" da novela Sassaricando, sucesso dos anos 1980 (olha a oitentolatria...), com o nome de Haja Coração;

- os testes com a fosfoetanolamina, que estão decepcionando por não mostrarem a eficiência esperada contra um dos vários tipos de câncer, o melanoma, além de falhar em testes com roedores.

Está duro de encontrar até mesmo notícias sobre as obras das Olimpíadas. Sobre os preparativos de nossos atletas, é preciso pesquisar, porque não vai encontrar facilmente nos portais.

Parece que a mídia só vai destacar o evento em cima da hora, no dia 5 de agosto.