segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Da série "Mondo Cane", parte 67, ou "Mondo Brasile", parte 17

Mais uma postagem onde o "Mondo Cane" e o "Mondo Brasile" se combinam... por causa da abundância em fatos inaceitáveis, bizarros ou simplesmente grotescos em uma terra tão grande e populosa. 

O assunto do dia foi o aborto feito em uma clínica de Recife por uma menina de 10 anos, moradora de São Mateus, Espírito Santo, um Estado muito longe de Pernambuco. Mais uma vez as militâncias pró e anti aborto fizeram gritaria. Enquanto os primeiros limitaram-se a se manifestar pelas redes sociais, alguns dos últimos, apoiados até por deputados, hostilizaram a criança e os médicos, chegando a tentar a invasão o hospital, mas foram contidos pela polícia. 

A criança foi até Pernambuco pois a Justiça capixaba não autorizou a interrupção da gravidez. 

Populares e manifestantes se aglomeraram (em tempos de COVID-19) no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, no Recife (Felipe Ribeiro/JC Imagem)

Boa parte dos ativistas estava mais preocupada mais com a defesa de uma causa do que com a saúde da menina, pois uma gravidez na idade dela é algo arriscado. Falou-se menos sobre o responsável pela situação dela: o tio, que a estuprava há quatro anos. Ou seja, a garotinha tinha apenas SEIS anos quando ela começou a ser molestada. Ela só contou sobre o caso agora, por medo de represálias. 

Vale lembrar: o Código Penal autoriza o aborto para o caso específico da menina violentada pelo tio (artigo 128). Mesmo se o aborto não representasse risco, tornando-se imputável, divulgar o nome da criança, como chegou a fazer Sara Winter e outros "defensores do bem alheio", viola o artigo 247 do Estado da Criança e do Adolescente. Não é preciso entrar em pormenores para dizer que estupro, ainda mais se a vítima é menor de idade, é crime.

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