segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Os destaques do domingo

Tivemos dois destaques na imprensa brasileira: um é o desempenho medíocre de Neymar na final da Champions League, e o outro, mais relevante para o Brasil, é o desempenho do presidente Jair Bolsonaro ao lidar com os repórteres, ainda pior. 

O camisa 10 do Paris Saint-Germain não colaborou o suficiente para fazer o time de Paris conquistar seu sonho. Não o faz ser candidato à "Vergonha Nacional", mesmo porque ele já recebeu o selo. Também não merecem receber esse "prêmio" os seus companheiros brasileiros de time, Marquinhos e Thiago Silva. Este último está de saída do clube francês e, ao contrário do que muita gente pensou, não abriu o berreiro. O "adulto Ney", pelo contrário, voltou a ser o "menino Ney" quando a partida acabou e o Bayern de Munique, de forma merecida, ganhou a taça. Chorou feito uma criança após um garoto mais forte roubar-lhe o sorvete. 

Com 100% de aproveitamento na Champions League, uma campanha bem mais sólida que a do rival, o Bayern era o franco favorito, enquanto o PSG era considerado azarão. Mesmo assim, ambos jogaram de forma quase equilibrada. Os bávaros só conseguiram aplicar um gol, o do francês (ex-PSG) Kingsley Coman. Por outro lado, Mbappé e Di Maria não conseguiram finalizar. Até Marquinhos tentou. E Neymar também desperdiçou. 

Dois brasileiros comemoraram o triunfo do time alemão: Philippe Coutinho e Thiago Alcântara. Este último é o filho de Mazinho, um dos integrantes da Seleção Brasileira campeã do mundo, mas nasceu na Itália e se naturalizou espanhol. Thiago foi um dos destaques da partida. Philippe Coutinho, atual meia da Seleção, foi bem mais discreto, e não chegou a meter medo na defesa parisiense, ao contrário da partida das quartas-de-final contra o Barcelona (o massacre do 8 a 2, o pior dia da História dos catalães estrelados por Messi). Colocar ambos como candidatos ao selo de "Orgulho Nacional" não parece muito conveniente, mas eles fizeram por merecer a "orelhuda", junto com o candidato-mor a ser considerado o melhor jogador da temporada, o polonês Lewandowski. 

O goleiro Neuer levanta a taça após a final mais esperada do ano. Ele está junto de Müller e Boateng, os outros carrascos do 8/7, de péssima memória para Neymar e Thiago Silva, que estavam do lado derrotado e não "vingaram" os companheiros de 2014 (Julian Finney/UEFA/Getty Images)


Horas antes, no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro voltou a ser o conhecido ex-capitão truculento ao ameaçar agredir um repórter da Globo, quando foi perguntado sobre um cheque de R$ 89 mil dado por Fabrício Queiroz para Michelle Bolsonaro. Bolsonaro chamou o repórter de "safado", e disse, na sua posição de chefe de Estado: 

"Minha vontade é encher tua boca com uma porrada!"

Como a mais alta autoridade do país não recebe selo algum, nem de "Vergonha" e nem de "Orgulho", por ser hors concours, Bolsonaro não será lembrado no início de setembro, quando o blog apontar quem se destacou positivamente (ou não) neste mês. Nem mesmo considerando o evento de hoje, chamado "O Brasil vencendo a COVID-19", onde voltou a defender a hidroxicloroquina e chamou os jornalistas de "bundões", dizendo que eles tem mais chance de contrair o coronavírus. Aliás, estamos longe, muito longe de vencer a COVID-19 porque o número de novos casos não está em queda. 

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