terça-feira, 29 de outubro de 2019

Carros híbridos invadem o Brasil

O Brasil possui um mercado de carros sui generis, dominado pelos veículos do tipo flex, funcionando tanto com gasolina quanto com álcool, contribuindo para diminuir a dependência do país em relação ao petróleo e garantir altos lucros para o agronegócio, além de não lesar (muito) o meio ambiente nas emissões de gases. 

Esqueçamos, portanto, alguns detalhes dos carros nacionais, cujo custo benefício é, em geral, amplamente questionável, invertendo totalmente o sentido do slogan "bom, bonito e barato". Ruins, mal acabados, sem tecnologia, caros, etc., etc. Vamos nos concentrar na questão dos motores, que pode sofrer um novo abalo, com a chegada dos modelos híbridos. 

Começou com o Ford Fusion Hybrid, um carro de grande porte vendido por aqui entre 2010 e 2018. Apesar de vender muito pouco, e custar, na época, a bagatela de R$ 182 mil, chamou a atenção por reunir luxo e conforto com economia de carro pequeno. Ele utiliza um motor 2.0 de ciclo Atkinson (diferente dos motores convencionais, de ciclo Otto) e um motor elétrico, rendendo, juntos, 190 cv. A (enorme) bateria é abastecida por um sistema semelhante ao Kers da Fórmula 1, transformando energia da frenagem em recarga, dispensando o uso de tomadas. Uma comodidade bem maior do que os carros elétricos convencionais, cuja autonomia continua a ser baixa e o tempo gasto nas recargas, muito elevado.

Em 2012, passou a ser vendido o Toyota Prius, um carro médio até então pouco conhecido em forma hatchback, importado do Japão. Já chamava a atenção por sua grande economia na cidade, quando os dois motores elétricos de 72 cv ao todo, um para movimentar o carro e outro para recarregar a bateria, são mais exigidos do que o motor a gasolina de 98 cv, ciclo Atkinson. A bateria para fornecer a energia dos motores elétricos é carregada pelo sistema de freios do carro, como no Fusion, mas ela é bem menor e não rouba tanto espaço no porta-malas.

Depois, a mesma montadora trouxe o Corolla Altis Hybrid, desta vez com motor flex de 101 cv a álcool (manteve os 98 cv para a gasolina) somado aos dois motores elétricos que mantiveram a mesma potência. O Corolla, sendo um sedã parcialmente montado aqui, oferece mais requinte e espaço custando menos do que o Prius. O preço de tabela é de R$ 124.990, mas é difícil obtiver um carro assim sem ágio. As filas de espera duram até três meses, mesmo num país com baixo poder aquisitivo como o nosso.

Apesar de caro, o Corolla Altis Hybrid gera filas de espera (Motor1.com)
O japonês Honda Accord, o "irmão maior" do Civic, virá para o Brasil com motores a gasolina e elétricos (Motor1.com)


Os mais abastados (e mais preocupados com o meio ambiente, ou mais sovinas em termos de gastos com combustível) vão ainda ver o Honda Accord híbrido, um carro de categoria superior ao Corolla, concorrente do mais "modesto" Civic. Por ser um carro grande, exige um motor também mais forte, com 145 cv, a gasolina, por ser importado. Os dois motores elétricos geram, juntos, 184 cv. Na cidade, o carrão faria inveja nos donos dos carrinhos populares, até mesmo na economia de combustível.

Aos poucos, essa categoria de automóveis irá conquistar as ruas. Em um tempo não muito distante, não veremos naves como as dos Jetsons, os personagens futuristas da antiga Hanna-Barbera, mas veículos parcialmente elétricos, não tão "inimigos" do meio ambiente e nem tão "amigos" dos frentistas dos postos de combustível. 

2 comentários:

  1. Muito bom saber desse blog, vou indicar para a minha equipe na loja de carro seminovo em SP, excelente artigo, parabéns pela matéria, sensacional!

    ResponderExcluir