O Papa Francisco abre o sínodo da Amazônia no Vaticano (Daniel Ibañez) |
O sínodo da Amazônia começou ontem, e irá se estender até o dia 27, reunindo bispos e cardeais católicos em torno da delicada situação dos indígenas.
Na presença dos seus subordinados, o papa Francisco defendeu o respeito aos povos da Amazônia e alertou sobre as ideologias empregadas na aculturação deles. Fez a comparação do "fogo de Deus" (citando o livro do Êxodo; Ex 3, 2) com o fogo que devasta a floresta.
Sua posição agrada aos progressistas, é vista com reservas pelos moderados e irrita os tradicionalistas, que veem a atuação do papa como "permissiva" e "herética".
Por aqui, os bolsonaristas veem a reunião como mais uma interferência em assuntos do Brasil, despida de maior sentido religioso. Os ultra-tradicionalistas da TFP, aliados do presidente, consideram o papa como um heresiarca comunista e inimigo do governo brasileiro.
Para os defensores da Amazônia, o sínodo, que não pode ser visto como um gesto de má vontade contra Bolsonaro (pois foi definido muito antes das eleições de 2018), e pode ser mais uma chance de conscientização sobre a importância da maior cobertura vegetal do mundo. A Amazônia precisa ser preservada e estudada, respeitando a soberania dos países, a cultura dos povos locais, a necessidade de exploração mais racional de suas riquezas minerais e biológicas.
N. do A. 1: No dia 13 de outubro, durante a vigência do Sínodo, o papa Francisco irá canonizar Irmã Dulce, conhecida na Bahia e em todo o resto do Brasil por suas obras de caridade e cuidado para com os doentes e os pobres. É a primeira santa nascida no Brasil independente. Frei Galvão nasceu em solo brasileiro, quando este ainda era uma colônia, morrendo pouco depois da Independência. Os demais nasceram na Europa, inclusive Madre Paulina, de origem italiana.
N. do A. 2: Enquanto há a preocupação com as queimadas na Amazônia, outra catástrofe ecológica é enfrentada pelo Brasil: a enorme mancha de óleo que contamina o litoral dos nove estados do Nordeste e compromete projetos de preservação como o Tamar, responsável pelas tartarugas marinhas. Vários animais já morreram por causa do crime ambiental, e a atividade pesqueira está prejudicada. Mais de 100 toneladas de petróleo bruto foram recolhidas, e segundo fontes oficiais ele não é de origem brasileira.
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