quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Quinta-feira do medo

Medo por parte dos defensores da Lava Jato e da punição aos corruptos a qualquer custo. O STF começa a julgar as prisões em segunda instância, confrontando duas interpretações jurídicas: prender os condenados mas garantir amplo direito a defesa e acionar os recursos para poder recobrar a liberdade, ou mantê-los soltos recorrendo às instâncias superiores. Pois a Constituição, em seu artigo 5, inciso LVII, diz que: 

"ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória"

Com base neste inciso, muitos querem a liberdade de Lula, considerado por outros o maior beneficiário do mega-esquema de corrupção que dilapidou o NOSSO DINHEIRO e levou a um clima de revolta, para desencadear a eleição mais polêmica da História recente, por causa da qual Jair Bolsonaro é o atual presidente. Para quem quer o ex-presidente e outros condenados cumprindo suas penas, o inciso não impede a vigência das prisões, ainda mais se elas forem respaldadas pelas instâncias superiores. Lula foi julgado pelo STJ, o Supremo Tribunal de Justiça. 

O STF está iniciando o julgamento que poderá selar o destino da Lava Jato e dos condenados pela segunda instância da Justiça (Fábio Rodrigues Pozzabom/Agência Brasil)

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Medo, também, espalhado entre os defensores das reformas, devido às divergências entre Bolsonaro e seu partido, o PSL. Ele sofreu nova derrota para os seguidores do chefe do partido, o deputado Luciano Bivar. 29 deputados do partido foram favoráveis a Bivar e ao atual líder do partido na Câmara, o deputado Delegado Waldir. Bolsonaro queria colocar Eduardo Bolsonaro neste cargo, mas fracassou. Ele ainda não desistiu de colocar o filho para ser embaixador nos Estados Unidos. 

Recentemente, Bivar foi alvo de uma operação na Polícia Federal, por causa de um suposto envolvimento dele no esquema de exploração de "candidaturas laranjas". Os partidários de Bolsonaro também são alvo dessas acusações, mas não foram atingidos. Desconfia-se da ingerência do presidente na PF, para lesar seu atual desafeto. 

Esta briga enfraquece o PSL como protagonista das reformas no Congresso, e beneficia o "Centrão", a difamada massa de parlamentares sempre vista como oportunista, corrupta e defensora de seus próprios interesses, mesmo se isso prejudicar seus eleitores e o país como um todo. 

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Medo é o sentimento de muitos paulistas, principalmente em Campinas e região, provocado por uma quadrilha que aterrorizou o Estado, roubando uma empresa de valores dentro do Aeroporto de Viracopos, baleando dois seguranças e interditando o trânsito da Rodovia Santos Dumont com o uso de carretas em chamas. Os ladrões, durante a fuga, entraram em confronto com a polícia. Dois deles foram mortos, mas o bando era enorme, e se espalhou. Um dos criminosos invadiu uma residência próxima, fez uma mulher e sua filha de apenas 10 meses de reféns e a polícia teve que recorrer a um sniper para matar o bandido e salvar as reféns. Infelizmente, a mulher também foi ferida por estilhaços do disparo, e não corre grandes riscos. O bebê saiu fisicamente ileso, mas a violência pode deixar sequelas psicológicas. 

Até o momento a Polícia está à procura dos outros criminosos e do dinheiro roubado. Espera-se que esses valores sejam recuperados. Os paulistas ainda estão esperando devolverem os 720 kg de ouro roubados no Aeroporto de Cumbica, meses atrás, outro crime terrível, com potencial de alimentar o chamado "poder paralelo", ameaça ao Brasil e ao resto do mundo.

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