quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Da série "(Des)industrialização no Brasil atual", parte 9 - Indústria de cosméticos

Continuando a série sobre a industrialização no Brasil, é bom abordar um setor ligado às postagens anteriores, partes 7 (química) e 8 (farmacêutica). 

Cosméticos, como desodorantes, colônias, batons, rimeis, estojos de maquiagem e perfumes em geral, são na verdade parte da indústria química (latu sensu), por envolverem produtos químicos, em geral compostos aromáticos e ésteres, além de substâncias de origem vegetal (principalmente extratos de flores e especiarias) e animal (já foram predominantes no passado, como óleos extraídos de glândulas de animais e o âmbar gris das baleias). 

Historicamente, remetem à Antiguidade, para realçar a beleza, principalmente feminina, e preservar a saúde da pele. Muitos compostos foram utilizados, como cera de abelha, gordura animal, azeite, óxido de chumbo e stibium (sulfeto de antimônio, para dar aspecto metálico à pele). Mas, no Brasil, a fabricação de cosméticos só começou em 1801, já no alvorecer do século XIX, a partir das primeiras indústrias de sabões, autorizada pelo príncipe regente D. João, futuro D. João VI, na então colônia de Portugal. A maior parte dos perfumes e outros utensílios, no entanto, era importada. Somente em 1870 houve um incremento com a Casa Granado, ainda existente, fabricante do famoso polvilho. Desde então, outras empresas foram fundadas, a maior parte delas já não existente na nossa época. 

Atualmente, a indústria de cosméticos possui uma boa participação de empresas brasileiras, como a Natura, uma das mais poderosas do mundo desde a aquisição da Avon. Não se pode esquecer a Boticário e a inesquecível Jequiti, da Patrícia Abranavel (filha do Sílvio Santos). Como sempre acontece, as transnacionais abocanham boa parte do mercado, representadas pela Coty, L'Oreal, Procter & Gamble, Chanel, Unilever, Kao e Revlon, entre outras. Esta participação estrangeira já foi bem maior no passado. 

Houve uma certa retração nos últimos dois anos, após um período de expansão relativamente forte. Porém, no primeiro trimestre deste ano, as vendas aumentaram em 10,6%. E a tendência é haver uma certa expansão, explorando a avidez dos brasileiros e das brasileiras pela conservação da beleza. 

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