sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Horroróscopo para 2012

Para quem acredita em horóscopo e nas tais profecias maias, um horroróscopo de fim de ano, como é tradição por aqui. 

ÁRIES (21/03 - 19/04): Fujam para as montanhas, arianos, enquanto é tempo. De preferência no alto do Himalaia. O dia 23 de dezembro do ano reservará grandes e dolorosos tormentos. E os astros nada poderão fazer.

TOURO (20/04 - 20/05): Implorem por perdão ao Senhor, porque no dia 23 de dezembro do novo ano ele irá julgar os taurinos e condenarão a maioria deles à perdição eterna.

GÊMEOS (21/05 - 21/06): Geminianos, procurem o primeiro abrigo nuclear que acharem. Se é que isso vai adiantar.

CÂNCER (22/06 - 22/07): Os cancerianos morrerão todos de câncer no dia 23 de dezembro. É tudo o que os astros podem prever.

LEÃO (23/07 - 22/08): Leões canibais aparecerão aos montes no ano que vem, mais precisamente na data citada acima, e devorarão vivos os leoninos.

VIRGEM (23/08 - 22/09): Os virginianos nunca mais perderão a virgindade após a famigerada data. Seus órgãos genitais apodrecerão e o fim será por choque séptico.

LIBRA (23/09 - 22/10): Equilíbrio para não caírem em desespero diante do fim. Assim sofrerão uma dor menor, tal como parir um porco-espinho do tamanho de um cavalo.

ESCORPIÃO (23/10 - 21/11): Cada escorpiano será atacado por milhares de escorpiões simultaneamente na data maldita até o seu total extermínio. 

SAGITÁRIO (22/11 - 21/12): Rezem, e rezem muito, pois é só o que os astros poderão lhes aconselhar. Haverá chuva de flechas envenenadas vindas do céu e elas acertarão apenas os sagitarianos.

CAPRICÓRNIO (22/12 - 19/01): Bodes tarados aparecerão do nada e estuprarão mulheres e homens nascidos no signo de Capricórnio, no dia... bem, vocês já sabem qual dia. As vítimas cometerão suicídio em massa de tanta vergonha.

AQUÁRIO (20/01 - 18/02): Haverá uma grande enchente que afogará populações inteiras. Os aquarianos que sobreviverem serão engolidos por tubarões com direito àquela música do filme Jaws.

PEIXES (19/02 - 20/03): Antes da grande enchente, mas ainda no famigerado dia, virá a grande seca e os piscianos serão tostados feito torresmo.


Aproveitem o ano de 2012. Enquanto podem!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Balanço do primeiro ano

O ano que está se esvaindo mostrou aspectos positivos e negativos para a presidente Dilma Rousseff. 

Após tomar posse, a primeira mulher a ocupar a Presidência da República passou por um ano difícil. Mas já é possível prever que o Brasil vai sobreviver a ela, apesar de tudo. 

 2011 deu muito trabalho à nossa presidentA

Os pontos negativos foram muitos, mas não o suficiente para destruir o Brasil. Ei-los:

Primeiro: Ela agradou o quanto podia o PT, o PMDB, o PR, o PDT e outros partidos aliados, em nome da "governabilidade". É certo que, com uma maioria no Congresso, é mais fácil governar, mas tais aliados mostraram ser, em boa parte, culpados por todos os escândalos políticos do governo. Nada menos que seis ministros escolhidos pela base aliada e por Lula mostraram o seu poder de estragar a administração Dilma. Deram-lhe maior ou menor trabalho, mas nunca foi pouco. Os piores foram o ministro dos Esportes, Orlando Silva (PCdoB), e do Trabalho, Carlos Lupi (PDT). Os dois recorreram a bravatas para mostrar sua vontade de não se apartarem do poder, e foram acusados de graves delitos envolvendo ONGs e tráfico de influência. Outro caso sério foi Antônio Palocci (PT), da Casa Civil, reincidente em atos alheios à dignidade de seu cargo. Ele teria aumentado de forma anormal seu patrimônio, de R$ 375 mil em 2006 para R$ 7,5 milhões. O caso ainda não foi explicado como deveria, mas Palocci desde junho não é mais ministro. 

Segundo: O Brasil está mal no IDH, o índice de desenvolvimento humano, no qual ocupa o vergonhoso octagésimo quarto lugar. Apesar da "Bolsa Família", é difícil acreditar numa melhora. Isso tudo é por conta da educação muito deficiente, analfabetismo funcional, saúde pública catastrófica e avanços ainda pouco consistentes em infra-estrutura e saneamento básico; não há dúvida que os brasileiros estão vivendo melhor, ou menos pior, mas as políticas sociais da presidente ainda não garantem, nem a longo prazo, o ingresso do país entre as nações desenvolvidas. 

Terceiro: Dilma teve de se comprometer com as obras da Copa do Mundo de 2014 e com as Olimpíadas de 2016, mas o ritmo das obras, além de lento, está marcado por fortes suspeitas de desvio de dinheiro e superfaturamento (mais uma vez, o crônico problema da corrupção). Para piorar, a Lei Geral da Copa está demorando para sair, e se fizer muitas concessões à Fifa, farão a Constituição em pedacinhos. 

Quarto: As polêmicas ambientais lançaram mais confusão do que certezas. O Código Florestal é um amontoado de leis que favorecem demais os grandes produtores rurais em detrimento das áreas a serem preservadas para manutenção da biodiversidade e do abastecimento de água (mananciais e nascentes). Para piorar, a responsabilidade pelo esclarecimento à população caiu nas mãos de leigos, isto é, de artistas e outras pessoas estranhas à questão ambiental, como Fernando Meirelles, por meio de seus vídeos. Outro ponto polêmico foi a construção de usinas hidrelétricas em locais como a Amazônia, e mais uma vez o caminho seguido foi errado, com mais artistas e poucos técnicos para tentar explicar os impactos de Belo Monte e outras futuras fontes de energia. O que fez Dilma? Ela aparentemente não se interessa muito pela questão ambiental e deixou os acontecimentos fluirem. 

Quinto: A segurança pública continua a ser um dos pontos mais frágeis do governo. Se há uma política de segurança, ela ainda não surtiu efeito, pois muitos crimes, alguns deles escandalosos, foram cometidos neste ano. O poder público foi inútil para deter o avanço de novas drogas, como o óxi, pior do que o crack. A crônica lentidão da justiça mais a infame lei que não pune mais com a cadeia crimes puníveis com menos de 4 anos de prisão aumentaram a sensação de impunidade, já enorme entre os brasileiros.


Agora, as coisas não tão ruins assim:

Primeiro: A economia do Brasil deu mostras de solidez diante da crise econômica internacional e segue o caminho do crescimento, embora pudesse fazer isso de maneira menos tatibitate. O governo está inchado e entende de forma bem peculiar o significado de 'responsabilidade fiscal', e isso se refletiu num PIB de pouco mais de 3% no ano e uma inflação pouco acima do teto da média. Pode-se culpar, mas só em parte, a crise. Apesar de tudo, o Brasil terminou o ano como a sexta maior economia do mundo, maior até que a do Reino Unido. Não se pode deixar de comemorar este fato, mas também não se pode esquecer dos motivos: os países ricos estão em crise e houve retração no PIB (a famosa recessão) em muitos deles.

Segundo: Dilma corrigiu em parte a capenga política externa de Lula, que acertou em fazer o Brasil aparecer mais no mundo mas errou em fazê-lo da pior maneira possível, cortejando tiranos como Gaddafi, Hugo Chavez e Ahmadinejad por similaridades ideológicas. Agora o Brasil não diz mais amém às atrocidades do Irã, um país que oprime as mulheres (assim como todas as nações muçulmanas com exceção da Turquia) e procura agir de forma mais prudente nas questões internacionais, principalmente ao lidar com EUA, China e Europa. Também a sobriedade está no lugar da indiscrição lulista. Ainda resta um forte ranço ideológico ao se abstiver na questão síria, apesar de todas as evidências de genocídio perpetradas pelo ditador Bashar al-Assad, e continuar a tratar bastante cordialmente o caudilho da Venezuela. Um ponto a favor de Dilma foi seu discurso na abertura da Assembléia Geral da ONU, em setembro.

Terceiro: O perfil de gerentona austera garantiu boa presença de Dilma junto ao povo. Apesar das broncas dadas aos seus subordinados não serem uma garantia de qualidade, elas garantem uma imagem de menos conivência com a roubalheira.

Quarto: O último ponto trata da redução da miséria, um dos males crônicos do Brasil. Lula reduziu significativamente o número de pessoas passando fome, e Dilma continuou essa política social. A miséria extrema pode vir a ser algo administrável no curto prazo, mas é necessário garantir educação, moradia e saúde pública de qualidade para essas pessoas, e isso infelizmente ainda não existe.


Resumindo: o primeiro ano de Dilma poderia ser bem melhor. Mas não foi um desastre.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Como seria o nascimento de Jesus se já existisse Internet naquele tempo

Um pequeno vídeo para mostrar como Maria, José e os reis magos usariam a Internet se a grande rede já existisse naquela época. Divirtam-se!


Feliz Natal!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Infeliz Natal para a comunidade do Moinho

A região de Campos Elísios é tristemente conhecida pela decadência. Parte dela foi tomada pela Cracolândia, em processo ainda incipiente de urbanização, e em um canto do bairro existe a favela do Moinho, erguida na região do antigo Moinho Central. 

É por lá que ocorreu um incêndio terrível, que destruiu boa parte dos barracos e o prédio do antigo Moinho. Duas pessoas ficaram feridas. Outra ficou intoxicada pela fumaça. Um dos bombeiros que estavam amparando a comunidade foi atingido por uma televisão e é o que está em pior situação no momento.

 Região da tragédia, segundo o portal G1.

Numa situação igualmente dolorosa está o resto da comunidade, vítima de um incêndio próximo do Natal. Muitos perderam o pouco que tinham. 

Esta notícia triste também reflete a calamitosa política habitacional da nossa cidade, há décadas vítima de uma expansão errática e descontrolada. A corrupção e a falta de políticas sérias para a habitação permitiu a criação de verdadeiras cidades miseráveis dentro da cidade, como Paraisópolis e Heliópolis, ambos na Zona Sul. 

Felizmente, o fogo já foi controlado. Contudo, não há como reverter a perda de centenas de moradores da favela do Moinho, ameaçados de ficar como outras pessoas não muito longe dali, espalhadas nas ruas da Cracolândia. Segundo o prefeito Gilberto Kassab, os desabrigados serão transferidas para locais provisórios, para sabe-se-lá-quando ocuparem novas moradias.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Semana de politicagens para todos os gostos

Desde o tempo das capitanias hereditárias o Brasil está sujeito a atos políticos que muitas vezes nem se preocupam em disfarçar suas reais intenções: o lucro fácil e imediato dos autores à custa do prejuízo de outros. É um socialismo às avessas. 

Neste sentido, trabalha o governo, ao se esforçar em blindar o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, contra as denúncias de tráfico de influência que lhe valeram, segundo denúncias, rendimentos milionários a partir de 2009, quando deixou a prefeitura de Belo Horizonte para assumir o Ministério. O presidente do Senado, José Sarney, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, trataram de defender o ministro. Porém, isso não faz parte do trabalho de ambos. Cabe à Justiça investigar, não condenar sem provas e muito menos acobertar um acusado. 

Outro caso semelhante envolve o Judiciário. Querem esvaziar o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e impedir que ele investigue as ações contra juízes. Com isso, nossa justiça, já tão ruim com o CNJ trabalhando, poderá favorecer, ainda mais, não só os juízes corruptos mas qualquer um disposto a passar a vida à margem das leis. 

Também a própria Fifa segue esta mesma cartilha, ao não assumir os prejuízos que a Copa de 2014 poderá causar, se houver algum desastre natural ou algo que prejudique o faturamento dos ingressos e da venda de produtos autorizados. Com isso, ela conseguiu unir o governo e a oposição contra ela - como já era esperado. Algumas exigências da entidade, como criar tribunais especiais para julgar assuntos decorrentes da Copa e vender apenas uma marca de cerveja - a Budweiser - em caso de aprovação da venda de bebidas alcoolicas nos estádios, de tão absurdas e contrárias à Constituição, já repercutem pessimamente até em quem costuma rir do chauvinismo alheio.

Muito se diz que nós, brasileiros, toleramos demais os gestos desses ilustríssimos senhores, ávidos pelo NOSSO DINHEIRO. Mas uma cultura deformada pela falta de instrução e desacostumada com valores trazidos por nações mais organizadas e desenvolvidas - como respeito às leis e às regras de convivência, ética e democracia - não muda assim tão rápido nem tão fácil. Até lá estamos sujeitos à política da perda de todos para financiar os ganhos de poucos.



terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Da série 'Mondo Cane', parte 16

Dezembro está tão cheio de notícias escabrosas que serei obrigado a divulgar mais uma desta série. 

Era para eu ter incluído também o caso do pequeno cão Yorkshire maltratado e morto por uma energúmena na frente da filha dela, mas a blogosfera ficou infestada de manifestações sobre o caso. Felizmente, a grande maioria dos blogs não aprovou o ato criminoso. 

Porém, essa notícia já está muito requentada. Vou comentar outras duas notícias. 

A primeira fala da pior maneira de esconder dinheiro. Leia aqui. Algumas pessoas, como este senhor aparentado com um bicheiro de uma grande escola de samba carioca, na falta de esconderijo melhor, resolveu esconder um bom dinheiro no esgoto. NO ESGOTO! É preciso ter estômago e sistema imunológico em ordem para pegar a grana depois. A apreensão do dinheiro faz parte da operação Dedo de Deus, da Polícia Federal. E isso é só uma pequena amostra do montante guardado pelo jogo do bicho e pelo tráfico de drogas.

Já a segunda nada tem a ver com crime, e sim com um raríssimo caso de 'gêmeos siameses' no Pará. Leia aqui. Muita gente já acha um prenúncio do apocalipse o nascimento de bezerros de duas cabeças em alguma parte do mundo. Imagine um bebê com essas características... e aqui mesmo no Brasil!

2012 vai começar em 11 dias apenas!

De tanto eu escrever sobre bizarrices, vou ser obrigado a fazer outro blog só para o 'mondo cane'. 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O tirano se foi

Morreu o detestado tirano norte-coreano Kim Jong-il, um dos maiores facínoras do século XXI. 

Excêntrico ao extremo, gostava de compensar a sua baixa estatura com um topete bizarro e sapatos de salto alto. Sua figura amalucada estava em todo lugar em Pyongyang, a capital da Coréia do Norte, seguindo os passos do 'mestre' Stalin. 

Desenvolveu um programa nuclear absurdo enquanto seu povo morria de fome e era sufocado pela absoluta falta de liberdade, enquanto era forçado pelo regime a adorar seu "líder supremo" que "apenas servia a seu povo". Com isso, tornou-se uma fonte de preocupação para os vizinhos sul-coreanos e para o Japão. 

Um ditador como esse ainda tinha o apoio da China. Porém, mesmo a grande potência da Ásia tinha motivos para se preocupar com o ditador, devido ao seu temperamento explosivo e instável. 

O topetudo sofreu um ataque cardíaco e já estava com a saúde arruinada desde que sofreu um acidente vascular cerebral em 2008. E isso não o impediu de lançar novas ameaças ao Ocidente e aos odiados vizinhos pró-ocidentais, nem o fez voltar atrás no sonho, infelizmente concretizado, de desenvolver uma bomba nuclear. 

Montagem satírica do falecido ditador montado numa bomba nuclear (do Freaking News). 

Deixou como sucessor o seu filho Kim Jong-un. Além de ser jovem e inexperiente, possui o mesmo gênio terrível do pai. Daí a preocupação nos mercados asiáticos, que despencaram ao saberem da morte do déspota. 

2011 já viu o fim de Osama bin Laden, e agora de Kim Jong-il, dois inimigos da humanidade. 


Fim de semana inesquecível - e no mau sentido

O Brasil não vai conseguir esquecer, nem com muita força de vontade, este fim de semana. 

Sábado, enquanto eu estava aproveitando um passeio no Shopping Santana, aconteceram nada menos que três mortes de pessoas ilustres que vão fazer falta. 

Cesária Évora, cantora de Cabo Verde, era conhecida também por aqui, e representava a cultura dos povos lusófonos da África. 

Joãozinho Trinta, o grande carnavalesco, inovou com sua criatividade e fez desfiles inesquecíveis pela Salgueiro, Beija-Flor e Viradouro. Em 1989 por muito pouco a Beija-Flor não venceu o Carnaval carioca com o samba Ratos e Urubus Larguem Minha Fantasia. O título para Joãozinho só veio em 1997, quando ele estava na Viradouro, com a ousadia de misturar samba e funk no desfile Trevas! Luz!

Sérgio Britto foi um dos maiores atores do nosso país. Montou peças de grandes autores como Shakespeare, Pirandello, Tchecov. Era considerado um "irmão" pela dama Fernanda Montenegro, seu talento era admirado pelos colegas e serviu como uma lição para os atores mais jovens. 

Contudo, isso faz parte da vida, apesar das coincidências na data. O pior estava por vir. 

Os brasileiros estavam confiantes com o Santos no Mundial de Clubes. Era a grande final contra o Barcelona, considerado o melhor time do mundo. Messi e Xavi, ambos do time catalão, concorrem ao título de melhor jogador do ano. Mas o Santos tinha Neymar e... ele não correspondeu. Pior é o resto, pois tentaram e não conseguiram roubar a bola deles. Como consequência, Messi abriu o placar aos 16 min. e assim começou o castigo. Pouco tempo depois, Xavi ampliou. Ainda no primeiro tempo, Fábregas não perdoou e fez o seu tento. No segundo tempo, o Santos parecia ter se rendido completamente, e o Barcelona continuava a valorizar a posse de bola. Neymar até tentou, mas não conseguiu fazer um gol de honra. E o quarto gol deles, com Messi novamente, selou o destino do Mundial. Resultado: um 4 a 0 humilhante imposto pelo melhor time do mundo sobre o pretensioso rival. Um time brasileiro posto 'de quatro' graças a um argentino, o melhor jogador dos tempos atuais.

O Barcelona não deu chance ao Santos e o massacrou. A primeira página do jornal argentino Olé mostra Messi em primeiro plano, comparado a Pelé (foto: divulgação)

São coisas que vão ficar por muito tempo na memória. 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Mea culpa novamente

Fui induzido ao erro pela Globo e pelo SportTV ao dizer que o Santos jogou em Nagoya. 

Na verdade, o time de Neymar jogou em Toyota, outra cidade da região de Nagoya (Aichi-ken). Para não falar o nome Toyota, na hipócrita e farisaica política de 'tentar não fazer propaganda de empresas', a Globo não disse o nome da cidade. 

Vários jornalistas da Vênus Platinada se referiram à cidade de Nagoya, o que é errado. É como se referirem a Nova Iguaçu como Rio de Janeiro. Outros agrediram menos os fatos e disseram que era na 'região de Nagoya'.

Este blog também se descuidou ao não checar melhor o local. Porém, o estádio onde o Santos derrotou o Kashiwa Reysol é, de fato, propriedade do Nagoya Grampus, o mesmo clube que tem outra orca como mascote.

Na final, em Yokohama, a Globo e as outras emissoras não vão desinformar os telespectadores, pois não existe uma empresa com esse nome. O Barcelona assegurou a vaga para as finais ao vencer com facilidade o frágil time do al-Sadd (Catar) por 4 a 0. Três gols foram feitos por brasileiros: dois de Adriano (não o Imperador) e um de Maxwell. O outro foi de Keita. Nenhum deles é tão badalado quanto Xavi, que não jogou, ou Messi, apagado na partida (mas não fez nenhuma falta, devido ao nível do adversário).

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O primeiro passo já foi dado

Neymar e cia. despacharam o Kashiwa Reysol na semi-final do Mundial de Clubes, por 3 a 1, em Nagoya. Não foi assim tão fácil. 

O alvinegro praiano teve dificuldades no início com a marcação do time da casa, até que, passando mais de 20 minutos, o craque topetudo precisou chutar quase do meio de campo. E a bola entrou. 

A partir daí, o Santos impôs sua superioridade. Borges fez seu gol e comemorou em grande estilo (assistir aqui). 

No segundo tempo, deu para o Kashiwa fazer seu gol de honra. Mas levou outro, de Danilo. E mesmo assim não quiseram se render, mesmo com a derrota certa. 

O Santos agora vai esperar pelo Barcelona. Sim, o Barça, pois ele vai enfrentar o al-Sadd, cujas possibilidades de dar trabalho ao time espanhol são bem poucas. 

Quanto ao Kashiwa, não teve apoio suficiente, pois jogou em Nagoya, e eles já tem um time de coração, o Nagoya Grampus, cuja mascote é, por coincidência com o Santos, uma... baleia orca. 

A mascote do Santos (esq. - divulgação) e a do time do Nagoya Grampus (dir. - site do Nagoya Grampus)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Da série 'Mondo Cane', parte 15 - Mais para 'Mondo Gatti'

Apesar da série se referir a notícias do mundo cão, vou falar de um gato. E preto, ainda por cima. 

Uma italiana milionária morreu aos 94 anos e deixou a fortuna para o seu bichano. A enfermeira que cuidou da excêntrica senhora agora vai administrar a fortuna, a não ser que o gato tome noção do dinheiro e resolva gastar tudo em sardinhas (hehehe...). 

Falando sério agora...

A notícia deixou os italianos e o mundo perplexos. A Itália, assim como o resto da Europa, está numa crise econômica sem precedentes, e o sonho de uma moeda única no continente está virando um pesadelo. Para muitos, é um insulto uma 'velha maluca' deixar a fortuna para um gato enquanto muitas pessoas estão na miséria. E o número de miseráveis tende a aumentar mesmo no Velho Mundo. 

Esta notícia aparentemente louca é digna de constar na série. E tem a ver com o dia de hoje (13), abordando um gato preto (sortudo).


Post scriptum


Por falar em mundo cão, não posso deixar de registrar, neste mesmo post, o caso de um filhote de cão enterrado vivo pelo próprio dono em Novo Horizonte, interior de São Paulo. Por causa disso, ele adquiriu uma infecção, perdeu boa parte dos pelos e teve uma úlcera no olho direito. Quase morreu, e está se recuperando com muita dificuldade. Só existe um lugar para onde o animal (não é o filhotinho, mas quem o enterrou) deve ficar: NA CADEIA!

domingo, 11 de dezembro de 2011

A farsa acabou

Os eleitores do Pará deram sua resposta no plebiscito realizado hoje. 

Com 87% dos votos apurados, o "não" venceu. Cerca de 67% dos votos foram pelo Pará unido, contra apenas 33% de votantes pela criação de Tapajós e Carajás. Não vão mais criar dois estados geradores de cabines de empregos sustentados com NOSSO DINHEIRO. Isso mesmo. Dinheiro não só do Pará, mas do Brasil inteiro, por meio dos impostos. 

Apenas a realização do plebiscito já consumiu muito dinheiro, sustentando as duas campanhas rivais. Milhões jogados fora para não mudar nada. Mais precisamente, R$ 19 milhões, segundo informações divulgadas pela imprensa. Pior se o "sim" vencesse: muito mais dinheiro sustentaria políticos enquanto eles fingem que vão resolver problemas crônicos de Tapajós (isolamento, falta de infra-estrutura) e Carajás (violência, grilagem, desmatamento, garimpos ilegais). E muitos acham que eles nem se dariam ao trabalho de fingir. 

A farsa acabou, portanto. O Pará continuará a ser um só Estado, com seus problemas à espera de solução.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

BRFoods entrega anéis para não perder os dedos

Ontem, a fusão entre a Sadia e a Perdigão, conhecida como BRFoods, teve de entrar num acordo com uma de suas maiores concorrentes, a Marfrig, dona da marca Seara, por imposição do Cade. A informação veio do portal Folha (leia aqui).

Segundo o acordo, a BRFoods terá de se livrar de todas as marcas que representem, para a gigante, mais da metade do mercado dos nichos onde estão inseridos. Em troca, a Marfrig cede à concorrente parte dos ativos da marca Paty, líder no mercado de hamburguer na Argentina. Com isso, a BRFoods terá maior representação no país vizinho. 

Entre as marcas da BRFoods que serão cedidas à Marfrig estão: Rezende, Wilson, Texas, Tekitos, Patitas, Fiesta, Escolha Saudável, Light Ellegance, Freski, Confiança, Doriana e Delicata. Isso mesmo: entre esses brands, nada menos que a linha de aves natalinas(*) Fiesta, da Sadia, e a Doriana, tradicional e antiga marca de margarinas cremosas, que antes pertencia à Gessy Lever, depois Unilever, para acabar nas mãos da Perdigão (e agora, à Seara). 

Além disso, segundo a Folha, nada menos que 10 fábricas, 4 abatedouros, 12 granjas, 8 centros de distribuição e 2 incubadoras para filhotes de aves serão vendidos para a Marfrig.

Com isso, a BRFoods espera que o Cade finalmente aprove a fusão entre as marcas mais vencedoras no mercado de carnes de aves e suínos do Brasil.


(*) As marcas Fiesta (ex-Sadia) e Chester ® (da Perdigão) vendem praticamente o mesmo produto: raças de frangos gigantes peitudos (daí serem chamados pelo termo inglês 'chester').

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Será o fim do sonho do euro?

O ministro francês para Assuntos Europeus Jean Leonetti alerta, com todas as letras, para os perigos que ameaçam a sobrevivência do euro. Segundo ele, a moeda comum européia poderia 'explodir' e ameaçar a economia de todo o mundo. 

 O 'euro' pode explodir: é rir para não chorar e se descabelar de desespero (charge de Daryl Cagle)

Se uma autoridade fala neste tom sobre o futuro do euro, realmente a situação é muito grave. O fim do euro significa um sonho desfeito e países como Grécia, Irlanda e Portugal serão relegados à miséria. A Espanha e a Itália poderão também vir a ser nações decadentes e com futuro sombrio. As Bolsas terão um período longo de baixas, com direito até a circuit breaker em alguns locais onde este mecanismo de segurança existe, e as consequências não só econômicas, mas políticas e sociais seriam muito difíceis de prever, mas potencialmente perigosas. 

Isso lembra que estamos chegando em 2012, e sem entrar no mérito da validade do calendário maia, teremos motivos de sobra para preocupar-nos com o futuro. Porque não só os europeus irão ter dias difíceis. Nós, brasileiros, também.


O real imaginário

O campeonato ganho pelo Corinthians neste ano não será esquecido pelos fiéis torcedores do time. E nem pelos vascaínos, cujo time de coração ficou em segundo lugar e virou motivo de gozação por parte de flamenguistas ávidos para tirarem sarro da fama dos arquirrivais, os 'eternos vices'. 

Em um exercício de imaginação, criaram o site Placar Real, para mostrar o quanto os erros de arbitragem influenciaram no resultado do campeonato. Infelizmente, erros de arbitragem acontecem em todo o mundo, não só no Brasil, conhecido pelas falcatruas. Segundo a tabela de um 'Brasil ideal', sem roubalheiras, o Vasco seria o campeão, com 79 pontos. O Corinthians passaria a ser o vice, com 71 pontos. Ainda assim, o time paulista teria mais pontos do que os obtidos no campeonato real, pois ganhou o título com 'apenas' 69 pontos. 

Muitos vão enxergar neste site uma distorção a favor dos vascainos, e contra os flamenguistas. No placar idealizado pelo site, o rubro-negro carioca ficaria com apenas 56 pontos, em sétimo lugar e fora da Libertadores. No Brasileiro, terminou com 61 pontos, e dentro do grande torneio sul-americano.

Um outro fato curioso é o virtual rebaixamento do Cruzeiro (mas ele continua de fato entre os grandes em 2012). De fato, o time mineiro teve um péssimo desempenho neste ano. Aliás, todos os times mineiros estavam abaixo da crítica. 

No entanto, esses resultados poderiam ser totalmente diferentes, pois uma vitória não depende apenas do 'apito amigo'. Vários fatores contribuem para isso, desde o gramado até a disposição dos jogadores, passando pela competência dos craques em chutar a gol.

Se a CBF vai levar a sério um site desses? Na verdade, eles nem estão tomando conhecimento, e provavelmente o 'Placar Real' vai ser tirado da rede muito antes do início do próximo Brasileirão.


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

COP-17: até agora nada decidido

A XVII Conferência do Clima (COP-17) foi realizada no dia 28 de novembro em Durban, na África do Sul, e só agora está discutindo assuntos mais delicados, como a prorrogação do Protocolo de Kyoto, elaborada durante a III Conferência (COP-3) na cidade que lhe deu o nome, no Japão, em 1997. 

14 anos e igual número de conferências depois do tratado, houve poucos progressos oficiais. Os governos esbarram nas necessidades imediatas de crescimento econômico, mesmo à custa do desequilíbrio ambiental e da poluição. Fortes interesses econômicos de grandes corporações industriais, principalmente a indústria petrolífera, falam muito alto, e ao mesmo tempo é impossível praticar acordos ambientais sem os magnatas do petróleo e os grandes empresários, pois eles detém o dinheiro e muitos deles financiam atividades de preservação em nome da palavra de ordem (sustentabilidade).

Os desafios são grandes, imensos, pois corremos grande perigo diante da poluição e do aquecimento global causado pelo gás carbônico e pelo metano, produzidos pelas atividades humanas. A poluição há muito tempo prejudica a saúde humana, enquanto o aquecimento global pode causar catástrofes climáticas ainda imprevisíveis, mas potencialmente ameaçadoras para a humanidade. Os desmatamentos ameaçam não só a biodiversidade nas florestas, mas ameaçam também plantas de grande valor econômico e científico, além de ameaçar até o fornecimento de água potável se a devastação for feita perto das nascentes dos rios.

Ao mesmo tempo, não se pode proibir os países emergentes e os subdesenvolvidos de prosperaram, e isso requer recursos e incremento da atividade industrial e agrícola. Mas tudo isso precisa ser feito com menor impacto ambiental e uso mais racional dos recursos energéticos. E seria uma idéia quixotesca e irrealizável querer sacrificar o conforto das populações dos países ricos em nome do resto da humanidade.

Tudo indica que haverá avanços bastante tímidos nesta conferência. Não será surpresa para ninguém se não houver acordo algum no final da COP-17. Tudo seria muito mais produtivo se não só as parcelas mais esclarecidas dos povos terem consciência do perigo que representa o desleixo para com nosso planeta. O problema é que, para a grande maioria das pessoas, falta-lhes condições para colaborar: educação, instrução, saneamento básico, acesso à informação.

Uma coisa é certa: a consciência ambiental deixou de ser um mero modismo, mas ainda precisa virar parte do cotidiano das pessoas. E isso precisa ser tratado com muito cuidado, sem o preconceito dos que veem a ecologia como coisa de lunáticos, e nem o passionalismo utópico e ultra-romântico dos que suspiram pelo  tempo dos 'bons selvagens'. 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Quem ganhou com a saída de Lupi?

Se Carlos Lupi fosse demitido logo após as denúncias, o governo ganharia, pois manteria a fama de moralizador, embora dificilmente iria consertar o estrago feito no Ministério do Trabalho. Poderia, no entanto, ficar com a fama de só reagir em caso de denúncia. 

Como a história demorou demais, é seguro afirmar: TODOS PERDERAM! O governo, ao não se livrar de Lupi, vestiu a carapuça de refém das alianças e com peculiar apreço pela ética. Os partidos aliados mostraram o seu interesse pelos seus eleitores (leia-se: pelo dinheiro deles) ao nomear um político que estragou a imagem do governo a quem eles 'apoiam', pois o apoio é tão somente para satisfazer conveniências políticas. A oposição, cuja tática de esperar o governo tropeçar nas próprias pernas está levando a resultados pífios, não conseguiu convencer viva alma da  honestidade de seus procedimentos. A sociedade brasileira, lesada pela rapina dos corruptos e corruptores, teve de aturar mais este escândalo enquanto seus impostos eram destinados ao parasitismo social exercido por alguns 'servidores' alçados à categoria de 'servidos'. O próprio Carlos Lupi, desgastado e até ridicularizado em público devido ao episódio, principalmente depois que declarou 'amor' à Dilma, poderia ter preservado mais a sua imagem se não demorasse tanto para sair. 

Como o PDT, a Força Sindical e a CUT demoraram demais para nomear alguém, o ministério está sem comando, até eles resolverem entrar num consenso. Pode-se esperar tudo deles, inclusive a nomeação de mais  um candidato a virar boneco ano que vem, no próximo sábado antes da Páscoa. 

domingo, 4 de dezembro de 2011

Dr. Sócrates (1954-2011)

O Brasil e o mundo do futebol perderam o grande Dr. Sócrates, craque do Corinthians e da Seleção, fundador da Democracia Corintiana, movimento que pedia mais participação dos jogadores na administração do clube e defensor da democracia também fora dos campos, ao apoiar as Diretas Já. 

Médico de profissão, daí o título de doutor, não chegou a se destacar nesta área. Sua paixão era o futebol, e nos clubes onde atuou ele brilhou. Foi um dos destaques da Seleção de 1982, que infelizmente foi derrotada para a Itália. Também atuou na Copa de 1986, onde infelizmente perdeu um dos pênaltis no jogo decisivo contra a França. 

O "filósofo da bola" no auge da carreira, com a camisa da Seleção de 1982 (AFP)

Praticamente inventou o passe de calcanhar, um dos marcos do futebol-arte, e imitado por muitos jogadores mais novos. Além do doutor no nome, ele tinha apelidos como "Magrão" (devido à sua magreza) e as alcunhas de "filósofo da bola" e "filósofo do futebol", pois Sócrates era o nome do famoso pensador grego da Antiguidade.

Seu vício pelo álcool o fez ser internado por duas vezes, e uma infecção intestinal que provocou uma septicemia foi responsável pela terceira e última internação, no Hospital Sírio Libanês. Na madrugada deste domingo, não só os corintianos sentiram a perda, mas os vascainos, os santistas, os flamenguistas, os palmeirenses, todos os times do Campeonato Brasileiro, que terminou hoje. 

O Corinthians, antes e depois da partida com o Palmeiras, sem gols e com pancadaria, homenageou um dos seus representantes mais ilustres. O empate foi o suficiente para o título alvinegro paulista, já que o Vasco, o outro postulante ao título, só empatou com o maior rival, o Flamengo. Uma final que foi ofuscada pela morte do "filósofo do futebol".  

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Fim de uma era no JN

Os telespectadores do Jornal Nacional da Globo, em número cada vez menor devido às opções de informação na Internet, devem acostumar-se com a ausência da Fátima Bernardes.

 O 'casal 20' apresentou o principal jornalístico do 'plim-plim' por 13 anos (Divulgação)

Fátima e seu marido, William Bonner, apresentaram o JN desde 1998, e se tornaram o 'casal 20' do jornalismo televisivo. O JN estava em renovação para deixar de ser um mero jornalismo 'chapa-branca', aquele dos tempos sisudos do Cid Moreira, e assumir postura mais crítica, embora não chegue aos extremos de um Boris Casoy (o mesmo do caso dos 'lixeiros'...) e seu bordão 'Isso é uma vergonha'. 

A despedida vai ser no dia 5, segunda-feira. A partir daí, Patrícia Poeta assume o lugar. Bonner vai continuar no JN. Trata-se de uma "separação" apenas profissional. Fora das telas, o casamento, que gerou trigêmeos fraternos em 1997, continua sólido. 

À espera da reforma

Por que cargas d'água a presidentA Dilma resolveu manter Carlos Lupi no ministério do Trabalho e Mário Negromonte na pasta das Cidades?

Ela alega que vai fazer uma reforma ministerial, mas isso vai demorar demais. Inicialmente previsto para fevereiro do ano que vem.

Enquanto um chora, o outro bravateia - são os mortos-vivos do Planalto. Cuidado com eles!

Tanto Lupi, ex-funcionário fantasma que acumulou funções públicas (o que é proibido) e beneficiou ONGs quanto Negromonte, que chorou para justificar a fraude do VLT de Cuiabá para a Copa 2014, são acusados de crimes gravíssimos contra o NOSSO DINHEIRO e pelo bem do nosso país precisam sair do governo. Qualquer protelação neste sentido fará um mal terrível não só à imagem da presidentA e ao país. Também não será bom para a imagem deles próprios, que já são apelidados de ministros zombies. Mais aterrorizantes do que os da série americana 'Walking Dead', da Fox, porque são de verdade.


P.S.: A explicação do Planalto para não mandar Lupi para casa é a falta de um nome para substitui-lo. O PDT, partido do (ainda) ministro do Trabalho, não quer perder a vaga, enquanto a Força Sindical e a CUT, os representantes do neo-peleguismo sindical, também estão na disputa.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Um motivo para o Brasil correr o risco de se arrepender depois de 2016

O custo da aventura olímpica no Brasil estava estimado em R$ 28,8 bilhões. Esse montante já é maior do que a olimpíada de Atenas, cujos custos contribuíram, em parte, para a ruína econômica da Grécia. 

Os dados foram colhidos por meio de depoimentos feitos por especialistas para a BBC Brasil, a respeito da calamitosa situação daquele país prestes a se tornar um pária dentro do continente europeu. 

R$ 28,8 bi são o custo estimado. Mas até 2016 haverá muitos outros casos de fraude e desvios financeiros das obras destinadas ao grande projeto olímpico do Rio de Janeiro. O fato da economia brasileira ser mais robusta do que a grega não é a questão aqui, e sim a crônica questão do brasileiro ter de ser garroteado ainda mais para financiar, por meio dos impostos, um evento cujo retorno é duvidoso.

Os gastos reais podem facilmente ultrapassar 60 bilhões de reais. A China gastou R$ 65 bilhões nas Olimpíadas de Pequim, e a Grã-Bretanha está arcando com ainda mais do que isso (fala-se em até R$ 120 bilhões) para as futuras Olimpíadas de Londres. Não se trata de argumentar que vamos gastar menos do que a China ou a Grã-Bretanha. O problema é a falta de transparência na declaração dos gastos olímpicos. Afinal, não há garantia alguma contra uma eventual explosão na gastança por aqui. Existe o risco da Olimpíada de 2016 ficar mais cara até do que a da cidade do Big Ben.

Não sou contra as Olimpíadas por aqui. Mas nós, como cidadãos, temos que ficar mais atentos para os gastos públicos. O governo e as empreiteiras devem ter muita responsabilidade com dinheiro que não é deles. É NOSSO.

É hora de repensar a política tributária para os automóveis

A Toyota vai trazer para o Brasil o seu carro híbrido, o Prius. 

 Prius: o hatchback médio da Toyota vai ficar caro demais (Foto: Ricardo Meier/IG)

O carro é equipado com dois motores: um 1.8 a gasolina de 99 cv, auxiliado por um propulsor elétrico, que pode ser abastecido por recarga direta ou por meio da energia provinda do motor a combustão. A bateria de níquel ocupa pouco espaço na cabine e pesa apenas 40 kg, um avanço considerável em relação às antigas e proibitivas baterias dos motores elétricos.

Por causa da alíquota de 48% para o IPI, ele vai ficar muito caro: R$ 130 000. E aí chegamos à questão: nossa política tributária para os automóveis. 

Os carros brasileiros possuem um custo-benefício muito desfavorável. São caros demais, muito mal-equipados e apresentam falhas de segurança comprovadas em testes recentes, principalmente os modelos populares. Só em 2014 eles receberão air-bag de série, para se tornarem menos letais, mas por enquanto eles chegaram a receber apenas UMA estrela, num máximo de cinco, no teste feito pela Latin NCAP que avaliou oito modelos (ler aqui).

São esses verdadeiros trabalhos de fancaria que recebem os maiores benefícios fiscais. O crítério para benefício fiscal é o motor. Motores de menor cilindrada, próprios de carros pequenos, recolhem menos imposto. Não quer dizer que sejam menos poluentes nem mais econômicos, pois esses motores, em geral carentes de potência, precisam fazer mais força nas subidas, muito comuns no relevo brasileiro. Um motor 1.0 tem muito mais dificuldade, nesse ponto, do que um 1.4, por exemplo. 

Um modelo híbrido como o Prius humilha qualquer modelo popular na questão da economia de combustível, pois é parcialmente movido a eletricidade. Polui muito menos do que qualquer Uno ou Celta. E anda mais.
O governo é fortemente influenciado pela Petrobrás e pelas empresas interessadas em explorar o petróleo abaixo da camada de pré-sal, que ainda vai demorar para ser explorado comercialmente. Não interessa dar benefícios fiscais para carros que consome tão pouco combustível fóssil.

Também a bancada ruralista, inclusive muitos canavieiros, têm voz ativa muito forte no governo. Eles querem manter a demanda de álcool aquecida. Para eles, a política atual do IPI deve ficar como está. 

Porém, há a necessidade de negociar a mudança da política tributária com todos esses setores, com os economistas e também os especialistas em políticas urbanas, estes últimos responsáveis por estudos sobre o impacto dos carros nos congestionamentos e na poluição das cidades. Um IPI de 48% já se provou ser uma atitude francamente protecionista, a favor das montadoras já instaladas aqui, e também é muito ruim para os híbridos, todos eles importados.

Carros híbridos devem ser uma opção viável para os consumidores de carros, e isso só poderá ser feito com uma redução no IPI para o setor. Um Toyota Prius não pode custar R$ 130 000. O Ford Fusion Hybrid, outro carro parcialmente movido a eletricidade, foi lançado no ano passado por R$ 133 000 e seu preço agora está até maior atualmente, dai as vendas baixíssimas. Muita gente, e não só os ambientalistas radicais e os 'politicamente corretos', quer adquirir carros assim. Seria um prêmio para as empresas que desenvolvem meios para aproveitar melhor a energia disponível. Não se trata apenas de uma questão ecológica ou a favor do desenvolvimento sustentável, mas também pelo desenvolvimento tecnológico e científico. E, logicamente, carros híbridos provaram ser um grande negócio no Japão, Europa e até nos Estados Unidos. Por que não poderia ser aqui no Brasil?

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A sentença do dr. Conrad Murray

O júri condenou hoje o dr. Conrad Murray, médico do astro Michael Jackson, à pena máxima prevista para homicídio culposo: 4 anos de prisão. Com os atenuantes e os benefícios por ser réu primário, vai passar menos da metade desse tempo na cadeia.

Ele foi acusado de administrar uma dose letal de medicamentos e remédios, sem os quais o astro pop não podia dormir. Portanto, foi considerado negligente e provocou, ainda que involuntariamente, a morte do cantor. Isso segundo a acusação. A defesa ainda tentou argumentar que o ídolo, conhecido por seu temperamento excêntrico, teria provocado acidentalmente sua própria morte, sem a interferência do dr. Murray. 

O médico Conrad Murray durante o julgamento que terminou com a sua condenação (foto da CNN)

Graças à comoção popular pela morte do autor de Thriller e à atuação decisiva dos familiares dele, principalmente a irmã La Toya e o pai Joe Jackson, o médico recebeu a punição máxima, após um julgamento que chamou a atenção da mídia do mundo inteiro. 

As discussões sobre a culpa ou a inocência do dr. Murray ainda poderão se arrastar por um bom tempo.

sábado, 26 de novembro de 2011

Por falar em sapateiros e sandálias

No mês passado, outros vídeos trataram de assunto semelhante, com outras celebridades, não necessariamente globais, falando do Código Florestal. 

Esses vídeos ainda podem ser vistos no Youtube ou no site www.florestafazadiferenca.org.br. 

É o mesmíssimo caso do sapateiro ir além da sandália. Eles não leram o Código Florestal, também um tema sobre a questão ambiental e ainda em discussão no Congresso. E se deram ao direito de lançar especulações e confundir ainda mais quem não está informado sobre o tema. Nem se deram ao trabalho de ouvir os interessados na questão: as populações da Amazônia, os pequenos fazendeiros e o povo em geral. 

Para tornar a questão ainda mais séria, a série de vídeos foi dirigida não por Marcos Prado, mas por nada menos que Fernando Meirelles. E as celebridades são, em geral, de calibre maior do que os atores (na maioria da Globo) participantes do "Gota D'Água". Gisele Bundchen, Carlinhos Brown, Fernanda Torres, Rodrigo Santoro e Wagner Moura. Embora não tenham a sofisticação do vídeo mais recente, estão causando polêmica até hoje. 

É mais uma prova da temeridade de convocar celebridades para fazer algo fora de suas áreas de atuação. Lembro da decisão deles quando votaram o símbolo da Copa de 2014. Deu no que deu. Verdadeira agressão à pátria. 

Pode-se apostar, com boa chance de ganhar, em futuros vídeos com celebridades discorrendo sobre temas polêmicos. Muito mais fácil do que ouvir especialistas, que dariam trabalhos muito "chatos", "acadêmicos" e "que a população não entende", ou os verdadeiros interessados nas questões do Código Florestal e da usina de Belo Monte, que moram muito, muito longe dos famosos residentes no Leblon ou na Califórnia. 

Os artistas e Belo Monte

Anteontem, o Forum Regional de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental da Transamazônica e Xingu (Fort Xingu) fez um protesto veemente contra o vídeo com artistas que falam sobre Belo Monte. Várias celebridades estão no vídeo, como Juliana Paes, Letícia Sabatella, Ingrid Guimarães, Bruno Mazzeo, Cissa Guimarães, Maitê Proença, Ary Fontoura, Marcos Palmeira e outros. Eles integram o movimento "Gota D'Água", e o vídeo pode ser assistido clicando aqui.

De fato, ambos os vídeos, dirigido por Marcos Prado, um dos assistentes de direção do filme Tropa de Elite, mostra gente muito preocupada com a questão ambiental, mas pouco informada sobre o projeto da usina. Deixo a questão para quem analisa as vantagens e as desvantagens de se construir uma hidrelétrica no rio Xingu. E os analistas não são as celebridades, que neste caso estão a desafiar a máxima: 

Ne, sutor, ultra crepidam judicaret

Esta frase latina, originalmente, fala sobre uma história sobre o pintor grego Apeles, respondendo a um sapateiro por ele criticar seu quadro, que mostra uma figura usando sandálias. A frase em latim significa: Não deve, sapateiro, julgar além das sandálias. Ou seja, o crítico deve analisar aquilo que sabe. E os artistas... são artistas, não ambientalistas nem técnicos.

Nota do autor: 

Escrevi algo parecido quando o técnico Parreira se aposentou. Na época aludi ao livro "Formando Equipes Vencedoras", que vai além da liderança nos esportes para ir à liderança nas empresas. Por isso, procuro ter um mínimo de informação antes de fazer uma análise para ser publicada neste blog. Caso contrário, poderei fazer uma autocrítica em seguida.

Voltando ao assunto: 

De qualquer forma, a questão sobre Belo Monte vai levantar ainda muitas polêmicas. Já faz bastante tempo que o assunto é debatido, mas ele estará longe de terminar. Afinal, o que será feito das populações indígenas que podem ser desalojadas pela represa? Qual o impacto ambiental? Quais os benefícios trazidos pela energia elétrica fornecida pela usina? Quais as reais necessidades da população local para haver desenvolvimento e resolver seus problemas sociais? As populações do Xingu e os especialistas nessas questão poderão responder melhor do que a Maitê Proença, o Bruno Mazzeo ou a Juliana Paes.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Essa lei não pega e jamais irá pegar!

Já tentaram proibir a garupa para motos e estão querendo proibir outra vez. E mais: querem obrigar os condutores de motos a usarem a identificação nas placas... nas costas.

O pretexto é este: mais da metade dos assaltos são favorecidos por motociclistas. Assim, para dificultar a ação dos ladrões, ao invés de aumentarem a fiscalização, proíbe-se a carona nas motos e, de cara, taxa uma categoria inteira como criminosos em potencial. 

Mesmo uma inocente carona na moto vai ser punida com multa. É o que querem os senhores membros da Assembléia Legislativa paulista. (Foto: Rafael Lasci/Diário de SP)

Não ando de moto e sei que há muito abuso por parte de motociclistas, como excesso de velocidade, manobras arriscadas, atropelamento de pedestres e outros delitos que também motoristas de carros e caminhões cometem. Mas daí a colocar sob suspeita toda uma categoria, isso é odioso. É um ato nazi-fascista. Frontalmente anti-constitucional. 

Como resposta a isso, motoboys podem fazer uma manifestação equivalente a uma desobediência civil, Por outro lado, o presidente da Associação Brasileira de Motociclistas, Lucas Pimentel, lembrou que a maioria dos motociclistas são cidadãos que pagam impostos.

Esta medida pode prejudicar fortemente quem quer alternativas ao carro como transporte individual. Os deputados paulistas que aprovaram isso podem ter a melhor das intenções, isto é, melhorar a segurança, mas boas intenções podem resultar em atos com consequências atrozes. Piorar os congestionamentos e restringir os direitos da população de andarem de moto.

O governador deverá ouvir argumentos pró e contra essa lei, principalmente de juristas e especialistas. Provavelmente vetará. Se aprová-la, colocará em jogo a própria imagem de político sensato e prudente.


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Mais um ditador posto para fora

Custou, mas finalmente o déspota do Iêmen Ali Abdullah Saleh finalmente deixa o poder, após 33 anos de governo. 

Ele mandou reprimir a bala as manifestações contra seu governo, e como resposta os extremistas infiltrados entre os revoltosos bombardearam seu palácio e quase o mataram. Nem o atentado, ocorrido ainda em junho, o convenceu a transferir o poder, mas a contínua pressão popular o fez ceder. 

A transferência forçada de poder é mais um capítulo da "Primavera Árabe". Nesse processo, autocratas ou foram obrigados a sair, como no caso de Hosni Mubarak do Egito, ou receberam o mesmo tratamento que deram a seus inimigos políticos, como Muhammar al-Gaddafi, da Líbia. 

Falta derrubar o maior dos tiranos: Bashar al-Assad, da Síria, responsável por um genocídio como resposta aos manifestantes. Ele continua no poder, mesmo perdendo o apoio até da Rússia, normalmente favorável aos tiranos de orientação "socialista". Seus métodos de se manter no poder são tão brutais que até a China, governada também por uma ditadura, pediu o fim da carnificina. O problema é que a imprensa está sendo asfixiada e existem pouquíssimos relatos dos acontecimentos naquele país da Ásia Ocidental.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Dois aspectos que fazem a diferença num país

Muitos perguntam por que o Brasil até há pouco tempo era uma terra exótica, assolado pela miséria, mal conhecido pelo resto do mundo, e onde parecia só ter índios, mulatas, carnaval e futebol aos olhos estrangeiros. Um país não tão recente, descoberto em 1500 e emancipado de Portugal no início do século XIX. 

Enquanto o Brasil se emancipava, a Austrália não passava de uma colônia penal da Inglaterra, e a Coréia era um país miserável, dominado por um Japão ainda semi-feudal e cobiçado por uma China e seu império decadente e falido. 

Pois bem, todos esses países, tanto a Austrália quanto a Coréia (particularmente a parte sul do país), assim como o Japão e a China, são países respeitáveis economicamente. Os três primeiros são países desenvolvidos, enquanto o último, se ainda não pode ser considerado assim, é a segunda potência do mundo. 

Por que o Brasil não se tornou um país desenvolvido?

A resposta está em alguns vícios culturais. Faço questão de destacar dois deles, embora vários outros existam para atrapalhar o progresso da nossa nação. 

O primeiro vício é a falta de um comportamento ético aceitável entre os habitantes do país. Se um indivíduo lesa seu compatriota por meio de roubos ou armações para obter vantagens financeiras, pode ser encarado como um "esperto" que "sabe viver" por comunidades pouco afeitas à ética. Ou como um fora-da-lei que prejudica a sociedade, em outras. 

Outro vício é querer sempre esperar alguma coisa dos outros, e isso tem, sim, a ver com o parágrafo anterior. Pessoas que só agem porque outra pessoa está colaborando. Querem que o outro facilite as coisas. Isto tem a ver com atitude. Pessoas com atitude não dependem de facilidades alheias para agirem. 

O segundo vício tem a ver com o primeiro porque as pessoas que não tomam atitudes muitas vezes culpam os outros pelos próprios fracassos, ou personagens não concretos como "a crise", "a falta de oportunidade" ou "o coisa-ruim". E muitas vezes responsabilizam as pessoas que tentam ajudá-las, por "não souberem colaborar". Botar a culpa em outra pessoa é muito fácil, porém é anti-ético. 

Países desenvolvidos são guiados por um comportamento com um mínimo de ética, baseado no respeito ao próximo. Pelo menos a ética entre os cidadãos do país, pois o comportamento com outros países ou com os estrangeiros é uma questão que abordarei em momento oportuno. Também são formados por gente que valoriza a vontade de progredir, e não tem inveja daquele que prospera. A desonestidade existe em qualquer lugar, e não existe país isento de má-fé, sobretudo em questões onde o poder e o dinheiro são fatores importantes. Mas os abusos morais, nos países decentes, são mal vistos e devidamente punidos. Não há complacência com pequenos e grandes atos que afrontem as leis. 

Se os países de agora eram pobres ou economicamente atrasados até um passado recente, como foi o caso dos países citados no segundo parágrafo, é porque seus povos aprenderam a seguir princípios éticos e foram capazes de tomar iniciativas que culminaram no progresso desses países. 

No Brasil, ainda estamos aprendendo, com muita dificuldade, a tornar o país uma nação decente. Para isso, precisamos agir com mais ética. Tratar os outros como gostaríamos que fôssemos tratados. É uma idéia que virou lugar-comum, mas ainda é válida. 

Queremos um país que cresça, mas isso depende dos esforços de cada brasileiro em idade produtiva para crescer e progredir. Daí a importância de tomarmos decisões feitas com a nossa consciência e não esperar que outros decidam por nós. E não esperar um ato do chefe, da esposa (ou do marido), dos filhos, dos pais, da presidentA ou de qualquer outra pessoa para facilitar as nossas atividades. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Sobre o acidente da Chevron

O vazamento de óleo bruto ocorrido na bacia de Campos há alguns dias atrás trouxe medo à população brasileira sobre problemas ambientais e às populações que vivem na costa fluminense. Os ambientalistas preocuparam-se sobretudo com as rotas de migração das baleias jubartes e outros cetáceos, as quais cortam a área atingida.

 A mancha de óleo, segundo imagem feita ontem (Fonte: Estadão); desde então, ela teria se espalhado, embora o volume de petróleo na água tivesse diminuído pois o vazamento foi, segundo a Chevron, estancado.

Houve, também, uma grande gritaria contra a americana Chevron, responsável pelo poço de petróleo. A Polícia Federal, inclusive, fez parte do coro e classificou o acidente como um 'crime'. 

Exageros? Sem dúvida, pois o vazamento não chega nem a se comparar com o ocorrido no Golfo do México no ano passado, este sim um crime. Porém, neste caso é melhor haver histeria do que silêncio, pois a pressão da opinião pública, entre outros fatores, força as empresas petrolíferas a adotarem medidas seguras para impedir os vazamentos. 

A empresa alega que o problema foi sanado e navios foram deslocados para limpar o local. Novas imagens serão coletadas para comprovar ou desmentir os argumentos da Chevron. Ela ainda vai ter de responder a algumas perguntas sobre o porquê de ter contratado a Transocean, a mesma empresa envolvida no desastre no Golfo do México, para explorar a região. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Gandhi na versão brasileira

O ex-presidente Lula raspou o cabelo e uma das marcas registradas dele - a barba - para contornar os problemas com a quimioterapia. Deixou o bigode e ficou uma cópia Made in Brazil de Mahatma Gandhi. 


O estadista indiano deve estar se revirando no túmulo com mais este imitador involuntário (ou não) cuja imagem será usada pelos partidários mais fanáticos como um símbolo, e por muitos não-partidários como, por exemplo, alguma coisa para espantar baratas. 

Piadas à parte, ele está parecido com o ex-vice-presidente José Alencar, também careca e com bigode, morto pelo câncer neste ano. 

Vai. Será?

O ministro do Trabalho Carlos Lupi, aquele mesmo que disse só sair abatido a bala, está a um passo de sair sem precisarem disparar um tiro sequer. 

Ontem e hoje, ele estava no Congresso para prestar esclarecimentos. Apesar da certeza dele quanto à permanência no governo, as denúncias são muito fortes, e os vídeos divulgados pela revista Veja (tinha de ser...) parecem confirmá-las. Neles, o ministro apareceu em jatinhos particulares. 

A presidentA está comprometida até o pescoço com os conchavos políticos e continuará a nomear ministros pela via política, sob o pretexto da governabilidade. É inútil esperar algo diferente, sem uma mobilização maciça da opinião pública contra esse vício político. 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Da série 'Mondo cane', parte 14

Vão vender a Kombi na Holanda, como um motor-home, a 77 190 euros (não é mentira!). Virá preparada com equipamentos para camping, como sofá, mesa, geladeira e fogão de duas bocas, e será equipada com o mesmo motor 1.4 de 80 cv fabricado aqui (NÃO É MENTIRA!!).

Vão vender a Kombi na Holanda? Ou é Primeiro de Abril fora de época ou é um sinal do Apocalipse. Arrependei-vos, pecadores!!

Imagine o Matusalém dos carros, que mudou muito pouco ao longo dos anos - ultrapassada é pouco - sendo vendida a esse preço a um mercado tão exigente como a Holanda. 

A notícia é tão bizarra que só poderia se encaixar nesta série mesmo.


P.S.: Hoje é dia 11/11/2011. Um post da série 'Mondo Cane' neste dia! Ninguém merece... pff!

O amistoso de hoje em poucas palavras

O amistoso realizado no Gabão mostrou pelo menos uma coisa para os gaboneses que viram sua seleção perder para o Brasil por 2 a 0 em um estádio improvisado e sem infra-estrutura alguma, e um gramado onde zebras, gnus, elefantes, todos de uma vez, devem ter pastado antes. 

Eles descobriram que existe algo mais feio do que tudo isso. Mais do que a fome ou a AIDS. Pior do que estuprar a própria mãe. É o futebol da nossa gloriosa Seleção. 

Por falar em protesto...

Não estou querendo ensinar ninguém como se protesta no Brasil. Para os radicais da USP, seria tão útil quanto ensiná-los a cantar o hino dos Estados Unidos. 

Acontece que, no Rio de Janeiro, houve uma mobilização pacífica contra esse verdadeiro ato de rapina que é a lei dos royalties sobre o pré-sal. Ora, nem se produziu petróleo naquele lugar e já querem destinar mais da metade do dinheiro obtido com a exploração do petróleo para os estados que nada produzem. Não é preciso dizer que tentar convencer os moradores da "justiça" desse ato, para "ajudar a população como um todo", é uma falácia. Vigaristas profissionais fichados pela polícia saem-se melhor nesse palavrório. 

Pois os cariocas exerceram o justo direito de protestar contra essa excrescência. Entre 150 e 200 mil foram às ruas. Nenhum deles depredou nada, nem agrediu outras pessoas. 

O Rio luta pelo direito de ganhar dinheiro com o petróleo (Foto: divulgação)

E nem poderia ser de outra maneira. A idéia partiu dos políticos cariocas, interessados em manter o dinheiro dos royalties para o Rio e, por consequência, para os bolsos deles. O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Pais estiveram lado a lado com o seu adversário político Anthony Garotinho. 

Celebridades presentes, como Tony Garrido, Xuxa e Fernanda Montenegro ajudaram os manifestantes a divulgar, pela mídia, o protesto, e participaram ativamente. 

Este é um caso típico de protesto pacífico, mas patrocinado por autoridades. Ou seja, não serve de exemplo para os baderneiros que invadiram a reitoria da USP. Mas os atos contra a corrupção que aconteceram no dia 7 de setembro e 12 de outubro não foram conduzidos por políticos, e foram todos ordeiros. E vai haver novo protesto anti-corrupção no dia 15 de novembro. 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Não se protesta desse jeito!

A baderna provocada por algumas centenas de irresponsáveis na USP não pode ser justificada nem deixada impune. Mas a comunidade USP, e não só os baderneiros, também tem motivos para estar descontente com o reitor João Grandino Rodas. 

Recentemente, ele foi considerado persona non grata pela Faculdade de Direito, devido à sua gestão considerada errática. Esse status negativo foi imposto pela congregação da faculdade, de forma unânime pelos seus integrantes. Improbidade administrativa (mau uso do NOSSO DINHEIRO), decisões arbitrárias, sem consultar o conselho da diretoria, e outros delitos. Isso é o que alegaram, para justificar essa decisão. E o fizeram pela primeira vez contra um reitor, a autoridade máxima da USP, segundo colocado da lista tríplice dos mais votados pelas eleições na Universidade (sim, o governador pode escolher um dos três desta lista, e não só o mais votado, o que também é questionável). 

Muitos professores criticaram a decisão da Faculdade de Direito e defenderam o reitor contra este "título", por  suas implicações na administração da universidade, mas o estrago já está feito. 

Durante a sua gestão como reitor, Rodas acertou em fazer um convênio com a polícia para melhorar a segurança na USP, mas errou em isolar ainda mais a universidade do resto da cidade, restringindo a entrada de visitantes e, praticamente, proibindo a entrada de bicicletas no campus.

Há motivos de sobras, portanto, para se ficar descontente com Sua Magnificência. Mas não se protesta da forma como eles fizeram. Invadiram o prédio da reitoria e ainda se recusaram a negociar com ela, como se eles, os invasores, fossem os donos do lugar. Existem outros meios para exercer o direito de protestar, como manifestações pacíficas e processos judiciais (este último depende da "velocidade" da Justiça), mas esses caminhos nem passaram pelas cabeças dos radicais da USP, que sonham com a "revolução proletária" e escolheram os métodos mais chamativos para a "mídia burguesa". 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Uma minoria não representa o todo!

Já escrevi sobre a imposição das minorias aqui no Brasil, um país onde o poder ainda está nas mãos de poucos, enquanto a maioria silenciosa parece aceitar isso bovinamente. 

Volto a falar sobre o tema, especificamente aplicando isso no caso dos estudantes da USP. Movidos por um marxismo mal assimilado, os representantes do DCE se deram ao direito de decretar greve geral em toda a universidade. Greve de alunos, contra o que eles consideram atos ditatoriais do governo paulista e da polícia. 

A megalomania de alguns logo naufragou diante da maioria. Os alunos da USP, em geral, querem saber de estudar e progredir, e continuaram a frequentar as aulas. Ou seja, o DCE representa apenas uma minoria barulhenta disposta a tentar convencer os outros no grito. Querem fazer os colegas acreditarem que a reitoria é uma ditadura apoiada pela polícia militar repressora, e o governador paulista é um tirano, por ser do PSDB, visto por eles como de "direita". Tudo isso é uma cegueira ideológica incompatível com o espírito da USP, que sempre deve prezar o espírito crítico e a liberdade de opiniões, pelo desenvolvimento intelectual e não pelo partidarismo cego.

Para piorar, o ministro da Educação, Fernando Haddad, pré-candidato à prefeitura paulistana e conhecido pela administração do Enem, ainda disse que a polícia não poderia tratar a USP como se fosse a cracolândia. De fato não é, mas ele estava claramente defendendo os baderneiros que usam o pretexto da maconha para expulsar a polícia do campus. Trata alguns vândalos como representantes da vontade uspiana. Já não basta a sua "notável" atuação como ministro. Dá para imaginar como seria se Haddad for prefeito daqui...

A USP não pode ser representada por minorias, ainda mais aquelas que julgam suas vontades como valores superiores àqueles que promovem o desenvolvimento intelectual da instituição.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Houve excessos, sim, no caso da USP

Houve excessos no episódio da ocupação dos estudantes da USP que terminou na detenção de 73 deles pela polícia. 

Dos dois lados. Mas um deles tinha justificativas. E é a polícia. 

A polícia não economizou na força, usando cassetetes e gás de pimenta para expulsar na marra os estudantes que ocuparam a reitoria. De fato, eles bateram, sim, em alguns deles. Pegaram alguns que estavam apenas de passagem e não estavam entre os baderneiros. Contudo, estavam cumprindo ordens judiciais. Eles estavam agindo, portanto, de acordo com a lei. 

Por outro lado, uma minoria de estudantes, interpretando mal o conceito de liberdade, e sob o pretexto de dizer não à presença da PM no campus, resolveu hostilizá-la. A gota d'água foi quando policiais prenderam usuários de drogas nas dependências da faculdade de filosofia e ciências humanas, a conhecida FFLCH. Esses usuários seriam supostamente estudantes. Eles realizaram tumultos e invadiram a sede da reitoria, para forçá-la a revogar o convênio com a polícia, acertado após a morte de um aluno da Faculdade de Economia e Administração (FEA). No local, fizeram depredação e vandalismo, pichando dizeres nas paredes contra a polícia. Destruíram patrimônio pago com o NOSSO DINHEIRO. E eles disseram que as depredações foram armação. O ônus da prova cabe à polícia, mas tudo indica que os baderneiros foram os responsáveis.

Portanto, quem agiu mal foram os invasores, que difamaram o conjunto de estudantes da USP. E não adianta argumentar que voltamos aos tempos de chumbo, página negra na nossa história. Mentira! Temos liberdade para protestar e criticar à vontade, ou não haveriam tantas notícias e blogs divulgando a corrupção no governo. Mas todas essas manifestações estão dentro da lei. Invasões e vandalismo, não. 

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Vai viajar nas férias? Então prepare bem o bolso

Estamos nos aproximando das férias. Portanto, prepare o bolso, porque vai sair caro, principalmente se você mora no estado de São Paulo, como este blogueiro aqui. 

Por aqui, era difícil viajar por causa das estradas mal conservadas. Agora, elas estão muito melhores, porém muito mais caras, o que tornou o simples ato de usar o carro na estrada ainda mais difícil. 

Não é à toa. Os pedágios por aqui, além de caros, sobem uma vez por ano numa taxa bem superior à da inflação oficial. No sistema Anchieta-Imigrantes, o grotesco valor de R$ 20,10 pago para ir ao litoral se deve ao aumento de 9,77% com base no IGP-M do período entre junho de 2010 e maio de 2011 (mas sempre acima desse valor), de acordo com os contratos firmados antes do ano 2000. Em outras rodovias, o aumento foi menor, baseado no IPCA no período acima: 6,55%. 

Charge do Bruno sobre este assunto

Como resultado disso tudo, só o valor dos pedágios, sem considerar os gastos com gasolina, ficaram assustadores. E o caso de viajar pela Imigrantes, em direção a Santos, é o menos pior, como se vê abaixo: 

São Paulo-Santos: R$ 20,10 (o pedágio só é cobrado na ida)
São Paulo-Sorocaba: R$ 14,40 (ida) + R$ 11,70 (volta) = R$ 26,10
São Paulo-Campinas: R$ 13,90 (ida) + R$ 13,90 (volta) = R$ 27,80
São Paulo-Aparecida: R$ 18,40 (ida) + R$ 18,40 (volta) = R$ 36,80
São Paulo-Ribeirão Preto: R$ 47,60 (ida) + R$ 47,60 (volta) = R$ 95,20
São Paulo-Bauru: R$ 48,60 (ida) + R$ 50,70 (volta) = R$ 99,10
São Paulo-Barretos: R$ 66,10 (ida) + R$ 66,10 (volta) = R$ 132,20 (!)
São Paulo-São José do Rio Preto: R$ 67,80 (ida) + R$ 67,80 (volta) = R$ 135,60 (!!)
São Paulo-Presidente Prudente: R$ 70,50 (ida) + R$ 72,60 (volta) = R$ 143,10 (!!!)

(Fonte: portal SP sem segredos, com base nos trajetos mais utilizados para cada cidade - clique aqui)

Isso tudo sem sair do estado, cuja área não pode ser considerada grande (cerca de 247 mil quilômetros quadrados, menos do que na Itália ou no Japão). 

Em 2012, haverá novos aumentos, mas eles serão unificados. Todos eles serão reajustados com base no IPCA. Ou seja, a facada será maior, mas não muito.