terça-feira, 21 de julho de 2015

Brasil em ebulição

Começa mais uma semana de turbulências na política brasileira. 

A Operação Lava-Jato está em curso e já condenou ex-executivos da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, Eduardo Leite e José Ricardo Auler. Além disso, Marcelo Odebrecht foi formalmente indiciado. Enquanto isso, está enfrentando tanto a ira do governo, cujos membros foram responsáveis pelos conluios com as empreiteiras e pela roubalheira na Petrobras, quanto a de Eduardo Cunha, que mandou seus advogados tentarem sustar todas as atividades, a pretexto de haver atropelamento das atribuições do STF. 

Cunha mandou despachar 11 processos de impeachment contra Dilma e fez na sexta um pronunciamento relativamente suave, em contraste com as ameaças de rompimento com o governo. Ele temia ir muito longe em sua raiva contra o PT, e ao mesmo tempo precisava ser firme e ao mesmo cauteloso contra supostos abusos cometidos pela Operação Lava-Jato, cujas ações possuem certo respaldo da população, cansada da impunidade. Por isso, a ação no STF contra Sérgio Moro e seus comandados foi feita sem grande alarde.

Logo, existem três grandes forças oponentes: Sérgio Moro, Eduardo Cunha e o PT. Cada um ataca os outros dois e tenta se defender deles. Existe ainda uma quarta força, as empreiteiras, combatidas por Moro e financiadoras do PT e, por hipótese, de Cunha. 

Dentro e, principalmente fora de Brasília, os ânimos da blogosfera, a favor e contra o governo continuam exaltados. Simpatizantes do PT demonizam Cunha, enquanto os opositores tentam provar por A mais B que Dilma é mais uma Maria Louca do que uma presidente. Ambos saúdam os trabalhos da Operação Lava-Jato, mas apenas quando investigam os adversários. Blogs mais moderados, porém, analisam os fatos, e não as versões, e não se comportam como torcidas organizadas. 

Enquanto isso, os brasileiros tentam levar sua vida normalmente, sofrendo com a alta das tarifas, a economia combalida e velhos problemas estruturais que impedem o país de ser mais justo para com seus cidadãos. A curto prazo, tudo será mais difícil de suportar, ainda mais porque o Brasil já é visto como um país onde não é tão seguro investir, e essa sensação pode ser respaldada pelas notas a serem divulgadas pelas agências de classificação de risco, principalmente a Moody's. 

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