Ontem, os Jogos Pan-Americanos terminaram.
É possível, por meio dos resultados obtidos, apontar tendências para o esporte nacional em um evento muito mais abrangente e importante, as Olimpíadas do Rio.
Primeiro, as más impressões. No atletismo, não se pode esperar muito, pois nossos atletas tiveram dificuldade, e apenas Juliana Santos conseguiu um ouro, nos 5000 m, e Yane Marques foi campeã no pentatlo moderno; elas podem fazer bonito no Rio. O vôlei de ambos os sexos e o futebol masculino ficaram sem ouros, e podem gerar decepções nas Olimpíadas se não houver uma mudança de postura por parte dos técnicos e dos jogadores. Na ginástica artística, nada se pode esperar da maior parte dos atletas dessa modalidade, a não ser, é claro, Arthur Zanetti. O hipismo também não brilhou, e a tendência é o Brasil ficar bem atrás dos europeus neste esporte. Vale lembrar que o Pan é menos relevante do que os torneios mundiais para as Olimpíadas.
Temos, contudo, boas notícias. Vários atletas se deram bem em modalidades onde o Brasil tem tradição (judô, natação, tênis de mesa) e mesmo em outros esportes (canoagem, tiro, esgrima). Handebol e futebol feminino se deram bem no Pan, mas durante os Jogos Olímpicos a história tenderá a ser outra. É preciso ver como todos eles se saem diante de europeus, asiáticos, africanos, australianos, neozelandeses, além dos grandes atletas das Américas.
No quadro de medalhas, um ranking que não tem muita serventia se não acompanharmos os jogos, o Brasil ficou atrás apenas do Canadá e dos EUA, superando Cuba, outrora potência esportiva relevante. Os 41 ouros brasileiros são bem menos do que os 78 canadenses e os 103 americanos, e não superam os 48 de Guadalajara, mas por si só não mostram piora no cenário esportivo do país.
Portanto, nada de muito otimismo, mas também não se pode dizer que iremos mal em "casa". Não dá para anunciar um fiasco (como o da Seleção da CBF) antecipadamente. É bem possível que haja motivos, pelo menos alguns, para sorrir durante os Jogos de 2016.
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