Quem merece este selo, entre as forças que ameaçam transformar o Brasil na maior espelunca do mundo? Nota: esta insígnia não visa marcar pessoas, e sim atitudes que cidadãos corretos evitam tomar; nada impede que qualquer um desses nomes citados aqui venha a ser elogiado por ações benéficas.
1. Dois acidentes com embarcações mataram dezenas de pessoas no Rio Xingu e, hoje, na Baía de Todos os Santos. Tudo fruto da negligência e do verdadeiro desprezo às normas de segurança. Não adianta culpar a natureza, as tempestades ou as ondas fortes, assim como é contraproducente querer uma punição dura aos culpados desses ASSASSINATOS - sim, é bom descrever as coisas como elas são - sem tomar medidas efetivas para aumentar a segurança das embarcações. E não é razoável querer a proibição desse tipo de transporte, muitas vezes a única alternativa. Pelo menos as equipes de resgate atuaram com eficiência e prontidão, pois sem elas o número de mortos ou desaparecidos seria certamente muito maior.
2. O Supremo Tribunal Federal, mais precisamente os ministros Luís Fux, Alexandre de Morais, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello, merecem o selo, por terem votado a favor da comercialização do amianto crisolita no país, uma substância proibida em 60 países, e não comercializada em nenhum país adiantado. Argumenta-se que o crisotila é bem menos perigoso do que o outro tipo de amianto, o anfibólio, mas exames comprovam a periculosidade do crisolita como cancerígeno. Eram necessários seis votos para proibir a substância, ainda muito presente nas casas e nos veículos (como componente das pastilhas de freio), e, numa primeira votação, somente cinco deles votaram neste sentido: Celso de Mello, Rosa Weber, Edson Fachin, Ricardo Lewandowski (sim, ele pode tomar decisões sensatas) e Carmen Lúcia. Em votação para analisar as legislações estaduais, Dias Toffoli, um dos dois que não votaram antes, foi a favor dos Estados terem autonomia para legislarem sobre o assunto, e isso pode ser o começo do fim para a substância nociva.
3. Continua a repercussão sobre uma professora agredida de forma covarde por um aluno, em Indaial, Santa Catarina. Ao invés de condenarem essa forma de desrespeito na escola, pois a autoridade do professor precisa ser preservada, como pessoa encarregada de transmitir conhecimentos aos estudantes, membros de redes sociais passaram a malhar a vítima apenas porque ela era simpatizante do PT, o partido que tantos estragos fez no país quando esteve no poder. Marco Feliciano fez um vídeo praticamente condenando a professora, e não o agressor, envolvido em drogas e outros problemas disciplinares. O pastor, neste episódio, merece o selo. E todos os que transformaram este caso de violência em luta política, de forma deturpada.
4. Por falar em PT, o líder do partido, Lula, fez mais um discurso, enquanto a Justiça não o condena por corrupção. Ele falou contra o parlamentarismo, sistema político adotado nos países mais avançados, acusando-o de ser um instrumento para manterem os políticos no poder. Ainda por cima, insinuou que o povo errou ao eleger os atuais deputados e senadores em 2014: "As pessoas foram para as urnas, e a urna pariu esse Congresso. Não dá para dizer que esse Congresso não presta porque ele é a cara da sociedade brasileira no dia da eleição. Quem planta vento colhe tempestade". Se os políticos fossem todos petistas, ele não teria essa opinião. Na verdade, ele, que sempre defendeu o presidencialismo e tem uma versão peculiar de democracia, bem que gostaria de estar no poder da mesma forma que Hugo Chavez e seu pupilo Nicolas Maduro, que não podem ser apontado como tendo desapego ao poder - e a Venezuela obviamente não é um parlamentarismo.
5. Os ilustres parlamentares também estão merecendo o selo por fazer uma aberração hedionda chamada de "reforma política", para transformar um sistema já péssimo em uma verdadeira monstruosidade: voto em lista fechada, fundo bilionário para financiar eleições, "distritão"... tudo porque existe o risco de haver outro perigo: o financiamento clandestino, via "caixa 2", vir a ser a regra nas campanhas de 2018. Na verdade, isso é consequência da falência do atual sistema político, e não há nada a curto prazo capaz de substituí-lo, e deixaram a degenerescência chegar a esse ponto, obrigando, pelas circunstâncias, a escolher entre esta solução tampão, que é abjeta, e deixar tudo como está, o que é ainda pior.
6. Temos um presidente sem popularidade e nem poder de convencimento à população que o elegeu (sim, ele foi eleito, como vice da Dilma) que defendeu o direito de "conversar na hora que achar mais oportuno e onde eu quiser". Isso certamente não incluiria o dono da JBS e nem o Rocha Loures, o "homem da mala". O presidente declarou isso no programa do Kenneth Alencar, do SBT. Entende-se que ele herdou um país com as contas devastadas e reverteu uma situação desesperançosa após o impeachment da titular, cujo governo foi uma calamidade, mas continua a abusar de velhas práticas e vícios políticos, e para alguém preocupado com a imagem da Presidência, a frase em destaque acima não foi uma declaração republicana. Portanto, Temer também aspira a receber o selo.
Está difícil dizer quem mais merece a honraria. Não dá para banalizar tudo e dizer que todos são igualmente merecedores, porque a amostra já é suficientemente grande para, na verdade, dizer que o Brasil é "vergonha mundial", e esta não é a ideia.
1. Dois acidentes com embarcações mataram dezenas de pessoas no Rio Xingu e, hoje, na Baía de Todos os Santos. Tudo fruto da negligência e do verdadeiro desprezo às normas de segurança. Não adianta culpar a natureza, as tempestades ou as ondas fortes, assim como é contraproducente querer uma punição dura aos culpados desses ASSASSINATOS - sim, é bom descrever as coisas como elas são - sem tomar medidas efetivas para aumentar a segurança das embarcações. E não é razoável querer a proibição desse tipo de transporte, muitas vezes a única alternativa. Pelo menos as equipes de resgate atuaram com eficiência e prontidão, pois sem elas o número de mortos ou desaparecidos seria certamente muito maior.
2. O Supremo Tribunal Federal, mais precisamente os ministros Luís Fux, Alexandre de Morais, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello, merecem o selo, por terem votado a favor da comercialização do amianto crisolita no país, uma substância proibida em 60 países, e não comercializada em nenhum país adiantado. Argumenta-se que o crisotila é bem menos perigoso do que o outro tipo de amianto, o anfibólio, mas exames comprovam a periculosidade do crisolita como cancerígeno. Eram necessários seis votos para proibir a substância, ainda muito presente nas casas e nos veículos (como componente das pastilhas de freio), e, numa primeira votação, somente cinco deles votaram neste sentido: Celso de Mello, Rosa Weber, Edson Fachin, Ricardo Lewandowski (sim, ele pode tomar decisões sensatas) e Carmen Lúcia. Em votação para analisar as legislações estaduais, Dias Toffoli, um dos dois que não votaram antes, foi a favor dos Estados terem autonomia para legislarem sobre o assunto, e isso pode ser o começo do fim para a substância nociva.
3. Continua a repercussão sobre uma professora agredida de forma covarde por um aluno, em Indaial, Santa Catarina. Ao invés de condenarem essa forma de desrespeito na escola, pois a autoridade do professor precisa ser preservada, como pessoa encarregada de transmitir conhecimentos aos estudantes, membros de redes sociais passaram a malhar a vítima apenas porque ela era simpatizante do PT, o partido que tantos estragos fez no país quando esteve no poder. Marco Feliciano fez um vídeo praticamente condenando a professora, e não o agressor, envolvido em drogas e outros problemas disciplinares. O pastor, neste episódio, merece o selo. E todos os que transformaram este caso de violência em luta política, de forma deturpada.
4. Por falar em PT, o líder do partido, Lula, fez mais um discurso, enquanto a Justiça não o condena por corrupção. Ele falou contra o parlamentarismo, sistema político adotado nos países mais avançados, acusando-o de ser um instrumento para manterem os políticos no poder. Ainda por cima, insinuou que o povo errou ao eleger os atuais deputados e senadores em 2014: "As pessoas foram para as urnas, e a urna pariu esse Congresso. Não dá para dizer que esse Congresso não presta porque ele é a cara da sociedade brasileira no dia da eleição. Quem planta vento colhe tempestade". Se os políticos fossem todos petistas, ele não teria essa opinião. Na verdade, ele, que sempre defendeu o presidencialismo e tem uma versão peculiar de democracia, bem que gostaria de estar no poder da mesma forma que Hugo Chavez e seu pupilo Nicolas Maduro, que não podem ser apontado como tendo desapego ao poder - e a Venezuela obviamente não é um parlamentarismo.
5. Os ilustres parlamentares também estão merecendo o selo por fazer uma aberração hedionda chamada de "reforma política", para transformar um sistema já péssimo em uma verdadeira monstruosidade: voto em lista fechada, fundo bilionário para financiar eleições, "distritão"... tudo porque existe o risco de haver outro perigo: o financiamento clandestino, via "caixa 2", vir a ser a regra nas campanhas de 2018. Na verdade, isso é consequência da falência do atual sistema político, e não há nada a curto prazo capaz de substituí-lo, e deixaram a degenerescência chegar a esse ponto, obrigando, pelas circunstâncias, a escolher entre esta solução tampão, que é abjeta, e deixar tudo como está, o que é ainda pior.
6. Temos um presidente sem popularidade e nem poder de convencimento à população que o elegeu (sim, ele foi eleito, como vice da Dilma) que defendeu o direito de "conversar na hora que achar mais oportuno e onde eu quiser". Isso certamente não incluiria o dono da JBS e nem o Rocha Loures, o "homem da mala". O presidente declarou isso no programa do Kenneth Alencar, do SBT. Entende-se que ele herdou um país com as contas devastadas e reverteu uma situação desesperançosa após o impeachment da titular, cujo governo foi uma calamidade, mas continua a abusar de velhas práticas e vícios políticos, e para alguém preocupado com a imagem da Presidência, a frase em destaque acima não foi uma declaração republicana. Portanto, Temer também aspira a receber o selo.
Está difícil dizer quem mais merece a honraria. Não dá para banalizar tudo e dizer que todos são igualmente merecedores, porque a amostra já é suficientemente grande para, na verdade, dizer que o Brasil é "vergonha mundial", e esta não é a ideia.
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