sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Isso não vai acabar bem

A rapidez frenética com que se instalou a Constituinte na Venezuela é algo inimaginável no Brasil ou mesmo em outros países onde a democracia tem critérios objetivos para ser considerada como tal. No domingo, fizeram a eleição para escolher os membros responsáveis pela mudança de uma Carta aprovada já no regime de Hugo Chavez. Nesta sexta, os eleitos já foram empossados.

Não se pode alegar pressa para mudar a Constituição, mesmo porque algo nessa velocidade não pode ser realmente dentro da lei vigente. Só a vontade de alguém para se tornar um ditador absoluto, cujo poder deve ser comparado ao de Kim Jong-un, na Coréia do Norte, para não citar nomes do passado, como Hitler, Pol Pot, Stalin ou Gêngis Khan.

O processo já é viciado em sua concepção, e se tornou escandaloso com a eleição, mesmo na hipótese de não haver um único voto fraudado e os números oficiais estiverem corretos. A maior parte da população não votou, e está sofrendo com a miséria, a violência, a escassez de tudo.

Tudo corre o risco de piorar e degenerar numa revolta furiosa, inclusive de setores da população até então simpatizantes de Maduro, contra o postulante a semideus. Pode-se esperar tudo, inclusive um banho de sangue de proporções nunca vistas antes na América do Sul. E isso terá consequências não só para os vizinhos - Brasil, principalmente - mas para o mundo inteiro.

Por enquanto, a oposição interna e externa está agindo de forma racional e fria, reagindo com moderação aos atos de Nicolas Maduro. Brasil e Argentina cogitam, por enquanto, suspender a Venezuela do Mercosul, não cogitando, ainda, a expulsão definitiva.

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