Segundo informações do governo norte-coreano, este seria o foguete que sobrevoou Hokkaido e caiu no Pacífico (Reuters/KCNA) |
O ponto de não retorno é, na linguagem técnica e política, uma situação a partir da qual é impossível haver um desfecho favorável. E isso está próximo de ser atingido agora, quando o líder norte-coreano Kim Jong-un mandou lançar um míssil que sobrevoou os céus de Hokkaido (norte do Japão), partiu-se em três e caiu no Pacífico, a 1.180 km da costa japonesa e aproximadamente a mesma distância da Península do Kamchatka, na Rússia.
Mapa mostrado pela AFP com base em depoimentos dos governos sul-coreano e japonês, com a trajetória do míssil |
Forças de Pyongyang confirmaram se tratar de um modelo de médio alcance. Justificaram dizendo que era um "primeiro passo" para "conter a ameaça americana" em Guam, protetorado dos EUA no arquipélago das Marianas.
Embora as ações do governo americano sejam consideradas mais uma reação às ações norte-coreanas, Kim Jong-un quer entender o contrário, tentando passar-se por vítima do imperialismo representado por Donald Trump. Este conversou com o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe e declarou que "todas as opções estão na mesa". Antes, ele, no seu estilo intempestivo e bem acima do tom empregado nas declarações de seus antecessores, havia ameaçado o tirano com "fogo e fúria" caso houvesse um ataque a Guam ou às forças americanas no Pacífico.
Japão, Coréia do Sul e Estados Unidos querem ainda conversar com os (ainda) aliados de Jong-un, China e Rússia, para novas tentativas de diálogo e evitar o ponto de não retorno causado pelo destemido de Pyongyang (e, até certo ponto, pelo boquirroto de Washington), capaz de mudar o destino de todos, inclusive de nós, brasileiros.
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