sábado, 14 de julho de 2018

Da série Copa do Mundo 2018, parte 29 - Bélgica se despede com honra

Na disputa pelo terceiro lugar, algo discutível há muito tempo, considerado uma tortura sem sentido por muitos, e para a Fifa perfeitamente compreensível, a Bélgica mostrou por que era um time realmente perigoso. 

Fez 2 a 0 na Inglaterra, um time que prometia muito e tinha o artilheiro da competição, Harry Kane, mas infelizmente sucumbiu diante dos croatas. O martírio de estender a luta por um título por mais quatro anos, para os ingleses, parece algo difícil de aceitar. Para os belgas, que jamais ganharam uma Copa antes, um terceiro lugar era algo digno. Eles ficaram, no máximo, em quarto lugar, na Copa de 1986. 

O lateral Meunier agiu como se fosse alguém do ataque e fez o gol com apenas 3 minutos de jogo, mostrando qual time estava disposto a ganhar o prêmio de consolação. Hazard, o capitão belga, ampliou no segundo tempo. Kane ficou apenas no "quase", quando os súditos da rainha resolveram pressionar mais, lembrando a reação do Brasil nas quartas-de-final. Ao contrário dos brasileiros, os ingleses não fizeram um gol. Não havia ansiedade, nem ações histriônicas, mas tampouco ânimo de disputar um prêmio com valor bem inferior ao do título. Por outro lado, Lukaku esteve também muito apagado, e até foi substituído, perdendo a chance de igualar a artilharia do inglês. Foi substituído por Mertens.

Hazard (ao centro) fez o segundo gol e comemorou junto com Martens (esquerda) e De Bruyne
Assim, a Bélgica termina dignamente a Copa, com esperança de voltar a lutar pelo título em 2022, no Catar. Não foi desta vez que o futebol "voltou para casa", aludindo à origem do futebol, na Inglaterra. E os ingleses também querem o título na próxima Copa, mas para eles, por enquanto, só a desilusão. Pelo menos, despediram-se da Rússia com o apoio da torcida, pois foi o melhor resultado desde o relativamente longínquo 1990.


N. do A.: Gianni Infantino, ontem, fez um pronunciamento com altos e baixos. Acertou ao dizer que a Copa da Rússia ia deixar saudade e elogiou a organização, realmente muito boa, embora chamá-la de "melhor da História" seja algo mais protocolar do que outra coisa. Errou ao apelar para a demagogia de se vestir como um voluntário, atraindo ainda mais a ira de quem considera o uso dos voluntários como uma espécie de exploração de trabalho escravo em pleno século XXI, enquanto a entidade lucrava bilhões de euros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário