segunda-feira, 9 de junho de 2014

Caminho difícil e necessário

O caminho a ser tratado para o Brasil promete ser difícil e envolve muito esforço. E eu não falo da Seleção Brasileira, que realmente pode penar mesmo para ganhar o hexa. É algo ainda mais espinhoso. 

Para o Brasil caminhar de verdade rumo a uma democracia madura, onde a miséria, a corrupção e o analfabetismo sejam devidamente minimizados e deixem de se tornar preocupações para nós, não há outros meios senão: 

1. Exercer o direito de voto de forma consciente e responsável, votando em pessoas qualificadas e realmente dispostas a trabalhar pelos seus eleitores. Esta não é nem de longe uma condição suficiente para uma renovação política, mas é necessária. Os votos brancos e nulos não são considerados válidos, ou seja, não servem como arma contra os maus candidatos. Vale mais a pena votar em um candidato considerado menos ruim para impedir a eleição de alguém pior. Devemos repensar a ideia preconceituosa de que "todo político é igual". Péssimo com eles, ainda pior sem eles, pois eles são necessários para uma democracia representativa, a única eficaz para nações grandes e populosas. Os políticos, bem ou mal, nos representam. 

2. Aprender a reivindicar. Muitas categorias em greve cometem excessos, desrespeitando os direitos dos outros. Por exemplo, os metroviários de São Paulo: a Justiça já disse que a greve é ilegal e o governo está autorizado a demitir por justa causa os líderes da greve ou multá-los, e mesmo assim o sindicato dos metroviários ainda desobedece às determinações. Enquanto isso, milhares de paulistanos são lesados por falta do metrô, impedidos de exercer o sagrado direito de ir e vir. Nos protestos, é preciso haver lideranças focadas em um objetivo de cada vez e que não tenham tanta tolerância com os vândalos, que espantam a maioria da população e destroem propriedades alheias. Muitos querem protestar, mas sem violência. 

3. Pressionar pela melhoria da educação no nosso país. Nada de se contentar apenas com merendas mais nutritivas nas escolas públicas. É preciso fazer muito mais, valorizar os professores e ter a consciência que a educação não depende só deles e sim dos pais e responsáveis. 

4. Ser responsável pelos seus atos e não culpar os outros pelos fracassos. É contra a ética apontar uma terceira pessoa como motivo de um insucesso, ainda mais se ela não tiver culpa nenhuma. Precisamos fazer dos revezes motivo de aprendizado para poder ter sucesso depois. Não deixa de ser irônico reclamar dos corruptos e ao mesmo tempo querer bancar o "esperto", isto é, recorrer a expedientes para enganar os outros em proveito próprio. 

5. Afastar de nossas mentes as ideias que representam rupturas constitucionais, como revoluções ou golpes de Estado. Quase sempre resultam em desastre, violações dos direitos humanos, estados discricionários que abusam do poder. Foi assim em Cuba, na Rússia, na China e na América Latina. E está sendo em países como a Tailândia e o Egito. 

6. Não impor as nossas verdades aos outros de forma agressiva e desrespeitosa. Podemos acreditar em algo considerado benéfico ao país e ao planeta, como usar mais as bicicletas, os painéis solares e os produtos ecologicamente sustentáveis, mas não se pode doutrinar e atacar acintosamente aqueles que andam de carro, consomem megawatts de energia elétrica na casa ou usam produtos de couro de jacaré. Querer doutrinar e fazer lavagem cerebral nos outros é inútil e gera ressentimentos. É muito ruim para a convivência em sociedade. 

7. Exercer sempre a cidadania, que envolve direitos invioláveis mas também deveres indispensáveis para a vida em comunidade. Exija, por exemplo, que a prefeitura melhore a coleta do lixo, mas jamais jogue papel ou bituca de cigarro no chão. 

8. Convencer as pessoas mais necessitadas a terem autonomia e não depender dos outros para sobreviverem. As pessoas se tornam mais fortes e imunes às crises quando são menos dependentes, por exemplo, dos governos ou da caridade alheia. É preciso, sem doutrinação, fazer os mais pobres se conscientizarem dos malefícios da autopiedade e do "coitadismo", que impedem o desenvolvimento pessoal. 

9. Não invejar a riqueza alheia, ainda mais se ela é fruto do trabalho feito por mentes empreendedoras. Os empreendedores garantem o dinamismo da nossa economia e dificultar sua atuação é nocivo. Com a alegação que eles fazem parte do capitalismo e não do socialismo, acabam por alimentar conceitos de parasitismo social, que mais vale a pena ser burocrata atrelado ao governo do que um empresário, além de prejudicar a criação de empregos. Quanto aos outros cuja riqueza vem de outros meios, satanizá-los não ajuda a melhorar a vida dos mais pobres. 

10. Tornar o Estado menos inchado. Os Três Poderes já estão loteados de cargos ineficientes, e isso significa NOSSO DINHEIRO sendo usado de forma indevida. Eles trabalhariam muito melhor e seriam mais úteis para o povo com uma estrutura mais eficiente. Isso exige uma reforma no setor público, com diminuição no número de ministérios e dos chamados "cargos comissionados" ou "de confiança", e aumento no número de fiscais, médicos, professores, policiais e prestadores de serviços à população. 

11. Pensar de uma forma mais pragmática e menos ideológica. Nossa política externa atual impede o comércio com os países avançados e está atrelada aos países ditos "bolivarianos", que atribuem os males da América Latina aos Estados Unidos. É preciso ter relações comerciais com todos os países, mas não financiar ditaduras ou governos populistas por afinidades de pensamento. Por outro lado, ações lúcidas e não motivadas por sonhos devem ser feitas para enfrentar a criminalidade (que não se resume a uma consequência da miséria), o problema das drogas em nosso país, a falta de segurança de dados na Internet, o terrorismo (não estamos imunes a isso, pois são terroristas não só os malucos de turbante mas também todos os grupos que matam e destroem para impor suas vontades).

12. Equacionar melhor a economia com o meio ambiente. Um planejamento ambiental adequado envolve fiscalização eficiente contra os desmatamentos ilegais e as ocupações irregulares, duas causas da deterioração dos mananciais que fornecem água às cidades. Deve-se fazer projetos contra a poluição sem impedir as empresas de funcionarem nem proibir as famílias de terem um carro. Também deve conciliar a preservação da biodiversidade com o desenvolvimento econômico. O agronegócio não deve ser visto como um inimigo da ecologia e sim como fonte de riquezas e alimentos para a nação, e nem o esforço pela preservação das espécies deve ser confundido com o radicalismo de alguns ativistas que, por exemplo, soltam animais supostamente vítimas de testes feitos por indústrias de cosméticos. 

13. Nunca depositar todo o orgulho nacional em eventos como a Copa do Mundo. Não representam a melhoria dos nossos problemas, apenas aliviam as tensões. Elas têm data para acabar, enquanto o país continua. Da mesma forma, amaldiçoar um evento quando ele já está para acontecer é passar raiva inutilmente. Os bilhões gastos na Copa não voltarão integralmente aos cofres públicos, mesmo que a Copa seja um sucesso em termos de arrecadação (para a Fifa e principalmente o governo). 

Estas são modestas sugestões do blog para aqueles que querem ver um país realmente mais justo e forte para enfrentar os desafios do futuro. 

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