terça-feira, 24 de junho de 2014

Da série 'Copa no Brasil - parte 18' - A maior zebra da Copa avança (e não é a Costa Rica), e o fantasma de 1950 continua a rondar

Este foi outro dia memorável da última rodada na Copa do Mundo no Brasil. Viu-se cinco times, dos grupos C e D, disputarem apenas duas vagas. 

Às 13h, nos dois jogos do grupo D, Itália e Uruguai disputaram uma vaga, enquanto a Inglaterra tentava sair da Copa com dignidade. 

Neste último caso, não deu: o jogo ficou num amargo 0 a 0, com Inglaterra um pouco melhor e a Costa Rica pior do que antes, quando até há pouco, para um placar desses, acontecia o oposto. O time centro-americano só se preocupou em segurar o resultado, enquanto os ingleses tentavam fazer um gol. A Brazuca ficou quadrada. 

Com Uruguai e Itália, a bola não estava muito mais redonda. Jogo truncado, feio de assistir. Houve mais uma expulsão, e injusta ainda por cima, pois o italiano Marchisio cometeu uma falta não tão violenta assim para merecer a expulsão. O gol só veio depois, aos 35 minutos do segundo tempo (81 minutos), o de Godin, para o Uruguai. Com o fim da partida, termina a história do "grande grupo da morte", e as vítimas foram os europeus.

Porém, mais do que o gol que mandou os outrora poderosos tetracampeões do mundo de volta para casa, e pela segunda Copa seguida na fase inicial, falou-se muito da mordida de Luiz Suárez em Giorgio Chiellini. Na ocasião, o árbitro Marco Rodriguez, da Colômbia, não viu, mas as gravações foram mandadas para a Fifa. Caso o dentuço mordedor seja punido, mesmo que com apenas um jogo de suspensão, o Uruguai corre risco de desmoronar na fase seguinte, porque ele está para o time como Neymar para o Brasil, talvez até mais decisivo. Com ou sem Suárez, o vizinho do sul ainda terá de passar pela Colômbia, que merece respeito, antes de uma possível partida com o Brasil nas quartas, para tentar reviver o desastre de 1950. 

Suarez e seus temíveis dentes ajudou o Uruguai a manter o fantasma de 1950 no caminho do Brasil - mas pode ser suspenso por morder Chiellini (Foto de 2013 em jogo contra o Peru nas Eliminatórias - Leo La Valle/EFE)

No segundo horário, jogaram os integrantes do grupo C. A Colômbia sofreu um pouco com a pressão japonesa, mas no final deu a lógica, e massacrou os nipônicos por um contundente 4 a 1, um aviso para o Uruguai. 

Porém, o jogo mais interessante ficou para Costa do Marfim e a Grécia. Os africanos tinham Drogba, e os gregos, nada. Nem mesmo alguém capaz de fazer um gol nas duas partidas anteriores. São duas equipes que participaram três vezes de Copas e até agora nunca passaram de fase. Parecia um jogo definido, mas o futebol desafia a lei das probabilidades. Os europeus e seu jogo apagado cresceram na partida final e conseguiram segurar a ofensiva africana. Samaris abriu o placar e outro grego de sobrenome parecido, Samaras, converteu um pênalti (contestado por muitos, pois foi marcado nos acréscimos - 47 minutos do segundo tempo) que deu a vitória aos helênicos. A Costa do Marfim só conseguiu fazer um gol, de Bony, aos 29 minutos do segundo tempo. Foi insuficiente para salvar os marfinenses do fiasco. 

É mais uma ZEBRA na Copa. Os gregos conseguiram a proeza de serem os maiores azarões, tirando a Costa Rica. Dificilmente haverá outro time menos esperado para as oitavas. Por ironia, eles e os costarriquenhos se enfrentaram, em um duelo improvável. Um deles irá para as quartas-de-final, proeza inimaginável para 99% dos que acompanham este torneio. 
A briga das zebras nas oitavas-de-final está definida: Costa Rica x Grécia (The Grosby Group)

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