sexta-feira, 27 de junho de 2014

Um candidato para "bagunçar" a disputa

Por enquanto ele é visto como uma figura folclórica da política, algo como um Enéas sem barba e com mais cabelo. O sujeito é um pastor, categoria discriminada até mesmo pela patrulha politicamente correta, que neste caso deixa a cartilha de lado para ridicularizar sem perdão uma crença. Para piorar tudo, está filiado ao PSC, um daqueles inúmeros partidos nanicos, que ainda abriga o polêmico e histriônico pastor Feliciano, ex-líder da Comissão pelos Direitos Humanos que perdeu muito tempo brigando com o patrulhamento ideológico e nada conseguiu fazer de notável, ficando com a pecha de homofóbico, racista e obscurantista. 

Quem está acompanhando o processo eleitoral, iniciado há muito tempo pelo governo e acompanhado pela oposição, analisa também este candidato. Muita gente flerta com os valores tradicionais cristãos, como a inviolabilidade da família e a não aceitação de "modernismos" como o aborto, a homossexualidade e as práticas contraceptivas. Para eles, Dilma é uma aberração vermelha. Eduardo Campos, também, porém um pouco menos ameaçador. Aécio Neves é também considerado "esquerdista", assim como todos os tucanos. Sobrou, então um candidato alternativo. 

É o Pastor Everaldo, da Assembléia de Deus, vice-presidente nacional do PSC. 

O Pastor Everaldo (PSC) pode incomodar bastante os rivais

Elogiado pelos colunistas da tal "lista negra" do PT, elaborada por setores em conflito com a imprensa que não diz amém aos atos do governo (este é um assunto que vou abordar no próximo intervalo entre os jogos da Copa), ele não precisa usar a verborragia e as idéias ultranacionalistas e neofascistas do finado Enéas. Só precisa falar idéias em sintonia com o conservadorismo e a democracia liberal: um Estado enxuto e sem tantos ministérios e cargos ditos "de confiança", valorização da família tradicional, reforma tributária, concentração dos gastos estatais com saúde, segurança e educação. 

Logicamente ele não pode ser visto como um candidato que vá resolver todos os problemas, mesmo porque isso não existe nem mesmo nos Estados Unidos e nas democracias modernas da Europa e da Ásia. É mais uma opção de voto para o eleitor escolher. 

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