quarta-feira, 27 de junho de 2018

Da série Copa do Mundo 2018, parte 18 - O florescer do Brasil e o crepúsculo dos alemães

Testemunhamos aqui a maior ZEBRA da Copa do Mundo em anos. Os sul-coreanos já estavam eliminados e a Alemanha precisava vencer para avançar, mas ao contrário do esperado, não houve nenhuma "entrega de jogo" em Kazan. Os asiáticos, vendo que a águia alemã não era tão feroz assim, resolveram pelo menos encerrar a sua participação de forma decente. Seguraram bem a pressão, mesmo com o outro time tendo os campeões Toni Kroos, Hummels, Khedira, Ozil, Neuer e, mais tarde, Müller. Até que, nos acréscimos do jogo, o até então considerado herói dos alemães Toni Kroos deu um passe errado que acabou nos pés de Kim Yong-Gwon, que estava em posição de impedimento e fez o gol. Como a situação de impedimento só valia em caso de passe de um sul-coreano, segundo o entendimento do VAR - consultado mais uma vez, para NÃO variar - o tento foi validado.

Aí, o castelo alemão revelou ser feito de areia. Tentaram atacar, mas de uma forma desorganizada, beneficiados com um acréscimo incrível de seis minutos, depois aumentado para nove, porque o VAR foi acionado novamente, para validar outro gol... COREANO! De Son Heung-Min! Assim, a Alemanha termina essa Copa com a pior participação em Copas de todos os tempos. Depois daqueles incríveis 7 a 1 no 8/7, entraram para a História novamente, desta vez da pior forma possível. Auf Wiederesehen!

Parece uma maldição: neste século, SEMPRE o campeão do mundo de uma Copa faz campanha deplorável no torneio seguinte! Foi assim com a França (1998/2002), Brasil (2002/2006), Itália (2006/2010), Espanha (2010/2014) e agora Alemanha (2014/2018).


Fantasma do 7 a 1 foi exorcizado, mas voltará em 2022!

Enquanto a tragédia alemã se desenrolava, a Suécia, em Ecaterimburgo, única cidade-sede asiática na Copa, tratou de fazer a sua parte e conseguiu varar Ochoa, enquanto o time mexicano estava irreconhecível. Nem parecia aquele time que vencera a Alemanha e se impusera frente à Coréia do Sul. Mereceram a derrota: 3 a 0, com os gols de Augustinsson (aproveitando uma das poucas falhas do goleiro mexicano), Granqvist (de pênalti) e Álvarez (contra). É notável o equilíbrio emocional dos suecos, depois de tomarem gol no último minuto do jogo contra a Alemanha e saírem derrotados. Com isso, os até então desacreditados jogadores da Escandinávia terminaram em primeiro e os mexicanos, mesmo arrasados, ficaram em segundo. Este grupo, o F, foi o mais louco de todos.

A solidez emocional sueca contrasta com o time brasileiro, notável pelo descontrole em jogos difíceis, principalmente vindo de seu maior e mais histérico jogador, Neymar. Eles trataram de jogar contra a Sérvia, na noite local, em Moscou. Esperava-se que assimilassem as lições dos dois jogos ocorridos mais cedo, pois o adversário era perigoso e disposto a vencer para se classificar.

E, aparentemente, aprenderam. Os jogadores brasileiros tiveram uma postura mais objetiva contra os sérvios, e, apesar da saída de Marcelo com dores lombares, o que assustou a torcida, Felipe Luiz estreou e foi bem, fazendo mais ou menos o papel do titular da posição, apesar de sua postura mais defensiva. Neymar parou com as encenações e passou mais as bolas. Não tomaram cartões, desta vez, só os rivais dos Balcãs. Paulinho aproveitou a chance e abriu o placar com golaço.

Paulinho fez o gol que abriu o caminho para a próxima fase
No segundo tempo, após a forte reação sérvia neutralizada em boa parte por Casemiro e pelo setor defensivo (inclusive Fagner), veio o segundo gol do Brasil, com Thiago Silva. Os sérvios, porém, não desistiam, e estavam com mais posse de bola, pressionando muito. Nos contra-ataques, Philippe Coutinho foi perigoso novamente, Gabriel Jesus não foi bem, e Neymar perdeu algumas chances de ampliar, mas não perdeu tempo com faniquitos. E o time do Tite foi às oitavas-de-final, favorecido pelo empate em 2 a 2 entre a Suíça e Costa Rica. Com isso, os suíços acabaram ficando em segundo do grupo.

O Brasil está dando seu recado, jogando como se espera dele, e vai pegar o México, na chave onde estão concentrados times fortes como França, Argentina e Portugal.

Neymar pode vir a ser substituído por Phelippe Coutinho, mas por enquanto ele será usado para representar o placar; Kolarov é o capitão do time sérvio

E este blog continua com o jogo da matrioska, com o boneco do Casemiro. É certo que Paulinho melhorou bastante, fez o gol e foi considerado o nome da partida, mas o volante do Real Madrid foi decisivo para o Brasil não tomar gols da Sérvia, e ficou combinado que seria ele a representar o primeiro lugar do grupo E.

Daqui a alguns dias, dependendo da escalação para a partida, os bonecos das fases finais serão apresentados. Dois deles serão Neymar e Philippe Coutinho.




N. do A.: A Alemanha jogou de verde e branco e, da última vez que fez isso, no amistoso contra as antigas "vítimas" do 8/7, se deu mal! Agora, por aqui o time ficou conhecido como "o Palmeiras da Europa". E os sul-coreanos conquistaram o respeito dos brasileiros, principalmente aqueles fãs do K-Pop, a música popular daquele país asiático.

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