No mundo real, a Segunda Turma do STF, amaldiçoada pela inteligentsia brasileira a favor da Lava Jato, virou motivo de revolta por tomar três decisões de uma vez, nenhuma agradando os partidários da moralidade acima de tudo:
1. Tornaram nulas as provas colhidas na casa de Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann (PT-PR) pela PF durante investigações por corrupção passiva e crime eleitoral durante a campanha de ambos em 2014; Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli acharam que as provas eram frágeis e colhidas de forma ilegal, pois Gleisi, por ser senadora, tem o famigerado foro especial.
2. Os mesmos ministros interromperam o inquérito contra Fernando Capez (PSDB-SP), acusado de chefiar a chamada "Máfia da Merenda", aquela que desviou milhões destinadas à merenda escolar em São Paulo.
3. E adivinhem quem mandou soltar o ex-ministro e ex-homem forte do PT José Dirceu (PT-SP), atendendo a um recurso da defesa e concedendo-lhe um habeas corpus provisório. Dirceu foi condenado em segunda instância por corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro no chamado "Quadrilhão do PT" mas os recursos não foram todos julgados.
Se o ministro Edson Fachin não tivesse tirado da pauta o julgamento de novo recurso do ex-presidente Lula, quem duvidaria de um mesmo placar?
A Lava Jato não acabará por causa disso, e a Polícia Federal terá que rever os seus procedimentos para punir os corruptos com mais eficiência e menos espaço para questionamentos legais, mas os resultados parecem mais intragáveis do que um novo 7 a 1 contra a Seleção da CBF na Copa.
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