terça-feira, 12 de junho de 2018

Reunião histórica, mas até que ponto?

Kim Jong-un e Donald Trump se cumprimentam em Cingapura (Reuters)

Em Cingapura, dois dos mais contraversos personagens da atualidade, o presidente americano Donald Trump e o ditador norte-coreano Kim Jong-un, reuniram-se. 

Nunca houve uma reunião pessoal entre dois representantes dos dois países, desde a Guerra da Coréia, sem outros chefes de Estado. Isso representa um passo para as distensões no leste da Ásia? Provavelmente, sim.

Eles assinaram um acordo (sem definições de prazos) para o desmantelamento total do arsenal atômico norte-coreano e o fim das manobras militares conjuntas entre Estados Unidos e Coréia do Sul. Prometeram fazer visitas oficiais, um no país do outro, também sem marcarem uma data. Assim, a prudência manda acompanhar com ceticismo o desenrolar dos acontecimentos, para ver se eles cumprem as promessas. No entanto, não dá para dizer categoricamente que a reunião é um mero jogo de cena. 

Enquanto houver cordialidades entre os dois protagonistas desta trama insólita, o risco de conflito na região da península coreana estará reduzido, e vai ficar menor quando eles acatarem os termos do acordo. 

Por outro lado, o descumprimento por pelo menos um dos lados vai trazer graves consequências para o mundo inteiro. Os outros países da região (Rússia, China, Japão e Coréia do Sul) vão precisar ter um papel ativo na manutenção dessa paz algo precária. A ONU, também. 

De concreto, só a conta para o país anfitrião deste encontro pagar: US$ 15 milhões, aproximadamente. Boa parte dos cidadãos cingapurianos não deve estar gostando muito de ver seus impostos sendo destinados a isso. 



N. do A.: Como hoje é dia dos namorados no Brasil, não faltam cartunistas fazendo charges satíricas mostrando os dois líderes namorando entre si. Ver AQUI e AQUI, nas charges correspondentes ao dia 12 de junho de 2018. 

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