sexta-feira, 1 de junho de 2018

Orgulho e vergonha de maio

O mês passado foi terrível, até para conseguir escolher alguém que se destacasse positivamente no cenário atual brasileiro. Este blog analisou dois candidatos ao selo de "Orgulho Nacional": 

- os bombeiros que trabalharam para achar os corpos das sete vítimas do edifício Wilton Paes de Almeida, incendiado e destruído no "primeiro de maio sombrio"; 

- um ex-catador de lixo, Dorival Gonçalves Santos Filho, que defendeu tese de doutorado em Linguística na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 

É realmente uma escolha difícil, mas pelo esforço em superar uma situação de miséria e chegar à elite do conhecimento, Dorival vai receber o selo.

O agora doutor em Linguística pela UFSC precisou lutar contra a miséria
Por outro lado, existiram muitos candidatos ao selo de "Vergonha Nacional". A lista é bastante aterrorizante: 

- um tal de Movimento de Luta Social por Moradia (MLSM), acusado de cobrar até R$ 400,00 de aluguel, explorando os moradores do edifício Wilton, aquele mesmo citado acima;

- indivíduos presos por guardarem material pornográfico envolvendo crianças, entre os quais um policial civil e um advogado, que teria a maior quantidade de fotos e vídeos de meninas e meninos tendo suas infâncias destruídas; como os nomes deles não foram revelados, fica bem mais difícil "premiá-los"; 

- o agora ex-presidente da Petrobras, Pedro Parente, responsável por uma política equivocada de preços atrelada ao dólar e ao preço internacional do petróleo, mesmo que o Brasil seja um grande produtor de petróleo; essa política estimulou a importação de derivados de petróleo e desestimulou o refino do produto por aqui, e tornou o país excessivamente vulnerável às oscilações externas;

- os agitadores do movimento que desestruturou o Brasil, alegando lutar contra os impostos sobre combustíveis, o baixo valor dos fretes e os pedágios caros; o movimento dos caminhoneiros, com apoio de setores produtivos e de muitas transportadoras, acabou degenerando em uma situação de anomia política, dando espaço a oportunistas querendo "intervenção militar", eufemismo para golpe; esse transtorno causou prejuízos bilionários e escassez imensa de combustíveis, ainda não solucionada;

Neste último caso, alguns dos nomes do movimento apareceram muito nas redes sociais: o advogado André Janones, filiado ao PSC e ex-membro do PT, e o motorista Wallace Landim, o "Chorão", além de empresários do setor de transporte.

Devido ao estrago econômico feito no Brasil, Parente e os líderes do movimento merecem o selo da "Vergonha", mas quando são dois ou mais os escolhidos, eles devem lutar pela mesma pauta. Além disso, é preciso reconhecer que Pedro Parente, apesar de, ou por causa de, sua odiada política de combustíveis, tornou a Petrobras rentável novamente após o descalabro das gestões anteriores, onde a estatal não tinha independência e manteve os preços de forma populista por ordem da então presidente Dilma Roussef. Assim, os detentores do selo são mesmo os líderes caminhoneiros:

Fazer o Brasil ficar em situação de calamidade não é para qualquer um. E Pedro Parente não ficou muito atrás na sua política que salvou a Petrobras da quebradeira, mas à custa do povo (baseado em imagem do Youtube)

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