A terceira medalha de ontem, como já adiantei, foi a mais inesperada, e mereceu uma postagem à parte, ou melhor, isso ficou para depois, pois existem outros feitos históricos para marcar a história do esporte brasileiro para sempre. Vou abordar em seguida.
Primeiro, terei de fazer um apanhado das derrotas, que foram muitas, e dolorosas. Por coincidência, esta série de postagens olímpicas é de número 13, tido como de má sorte. Pois houve sorte de menos, e choro demais.
As meninas do handebol, que tanta alegria deram à torcida, enfrentaram uma Holanda desacreditada, mas motivada para ganhar, e foram engolidas por elas e, também, pelo nervosismo demonstrado em campo. Perderam de forma terrível, e inesperada: 32 a 23. Resta constatar que o handebol está indo para o caminho certo, rumo a uma maior popularização. O handebol masculino deve extrair lições deste jogo, pois vai jogar amanhã, contra o time da França.
Mais doloroso, só o fracasso do futebol feminino: 0 a 0 contra as suecas, cujo futebol se tornou excessivamente defensivo, quase um antijogo. Marta, Beatriz e Andressa Alves, entre outras, não conseguiram marcar, e pagaram um preço altíssimo: a desclassificação nos pênaltis, graças à Cristiane e Andressinha, cobrando mal, tornando tudo difícil para a goleira Bárbara, que ao menos conseguiu defender um penal. Para compensar, Marta cobrou de forma mais caprichada, amenizando o estrago. Agora vão ter de lutar por outra medalha bem menos valiosa e longe de ser realmente desejada pela Seleção, porém também inédita para elas: o bronze. O futebol feminino já ganhou duas pratas, e ficou duas vezes em quarto lugar. Veremos o que elas poderão fazer contra o Canadá. Por enquanto, terão de assimilar a derrota e as críticas, que sempre as taxam de "pipoqueiras" e "amarelonas".
Um "Maracanazo" que promete ser muito lembrado, como o de 1950, mas desta vez no futebol feminino (André Mourão/O Dia)
Tivemos mais frustração com a má atuação de Fabiana Murer, um caso curioso de ser campeã mundial e, ao mesmo tempo, atuar mal em Olimpíadas. Em 2008, ela teve atritos com a organização dos Jogos em Pequim devido ao extravio de uma vara, sendo motivo de piada também. Em 2012, não competiu, reclamando do vento, gerando ainda mais sátiras contra ela. Agora, quando teve a chance de se redimir, na sua última atuação (por já ter 35 anos), fracassou nas três tentativas, quando a barra estava a apenas 4,58 m do chão. Ela já havia saltado 4,85 m, quando foi campeã mundial na Coréia do Sul (2011). Antes de virar novamente uma "sparring" para os críticos de plantão (este termo do boxe remete à próxima postagem), explicou, chorando, que estava com hérnia de disco.
Além disso, houve a derrota de Larissa e Tatiana no vôlei de praia para as alemãs, perdendo a chance do ouro, a fraca performance de Alan do Carmo na maratona aquática, os outros fracassos nas corridas do atletismo... regados a lamentações, lágrimas e deleite dos praticantes da nova paixão esportiva: o vira-latismo.
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